Aos 35 anos o médico veterinário Nuno Miguel Santos é um apaixonado pela profissão que elege os valores da franqueza, honestidade e o carácter como fundamentais no mundo dos negócios, para se conseguir vencer.Natural de Alverca e ainda a residir na cidade, Nuno confessa-se triste por ver que a junta de freguesia não tem tido o cuidado de criar mais sítios para os animais circularem. “A nossa junta de freguesia, há uns anos, tinha o cuidado de disponibilizar sítios para os animais fazerem os seus dejectos. Neste momento a junta colocou na maioria dos espaços ajardinados da freguesia placas a dizer que é proibido e há coima se os animais forem para lá. Não há um sítio para as pessoas poderem levar os bichos e eles poderem andar a passear. Queríamos que fosse uma freguesia mais virada para o bem-estar animal”, lamenta. Na opinião do clínico, já era tempo do concelho ter um novo canil, capaz de responder com dignidade a todas as solicitações. “Existe um canil na Castanheira do Ribatejo que é mau, para não dizer mais nada. Se compararmos com o de Loures não tem nada a ver. O de Loures é bem melhor e as condições são completamente diferentes. Infelizmente a cultura dos bichos só se começou a interiorizar em nós há pouco tempo”, critica.Nuno estudou na Escola Gago Coutinho e sonhava desde pequeno ser médico. Uma reviravolta do destino empurrou-o para a veterinária e não hesitou, tendo ganho uma paixão para a vida que nunca mais o largou. Trabalhou sempre na área da veterinária, primeiro em Lisboa durante alguns meses e depois em Vialonga. Em Abril de 2010 abriu a sua própria clínica, o Centro Veterinário de Alverca, no centro da cidade, que começou a crescer a tal ponto que hoje já se encontra em novas instalações, na Avenida 5 de Outubro, e o quadro de pessoal já passou de 3 para 7 colaboradores. O trabalho de Nuno Miguel Santos gira em torno dos serviços que a clínica presta: radiografias, ecografias, cirurgias, vacinação, tosquias, banhos, consultas de especialidade, consultas de exóticos, oftalmologias e especialidade ortopédica. A única coisa de que não dispõem é de internamento. “Quase se poderia dizer que somos o centro de saúde dos animais”, refere. Actualmente 95 por cento dos animais que lhe entram na loja são cães e gatos. Mas há também quem prefira a aventura dos animais mais exóticos, como os dragões barbudos, cobras e iguanas. “Hoje há animais para todos os gostos. Há cães da pradaria e furões como animais de estimação”, revela.A clínica está aberta de segunda a sábado, tem uma linha de urgências e uma página no Facebook, sempre cheia de actividade dos donos dos animais.“Cada vez mais vivemos num mundo em que as pessoas se sentem menos apoiadas. Ter um animal que só ali está para nos agradar e passar tempo connosco, brincar connosco e levantar-nos o moral, provoca-nos um grande bem-estar. Há estudos que provam que as crianças que crescem com animais são mais saudáveis na sua juventude”, explica. Numa altura em que as faculdades formam e lançam para o mercado de trabalho todos os anos centenas de novos veterinários, a franqueza e o carácter são valores a seguir à risca. “Para ficar descansado e ao mesmo tempo ter a certeza que o cliente sai satisfeito. Há muitos colegas que são atirados às feras e depois emitem diagnósticos que não correspondem à verdade”, refere Nuno Santos.Para o empresário o mais chato da profissão é a gestão. “Não gosto, sou franco, mas é uma coisa que tem de ser feita e cada vez mais é feita em detrimento da clínica”, lamenta. Nuno diz que se pudesse passava todo o seu tempo junto dos animais. “Infelizmente como não tenho escolha tenho também de fazer a gestão”, admite. Diz que não quer enriquecer com o trabalho mas sim prestar a melhor qualidade de serviço aos donos dos animais. “Dá-me gozo fazer o que gosto”, conclui.