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Amílcar Sarabando

Amílcar Sarabando

Mecânico, 64 anos, Alpiarça

“Confio muito mais nos carros do que nas pessoas. As mecânicas dos carros hoje são muito fiáveis e normalmente não nos atraiçoam”* * *“Tem de haver futuro senão o nosso país morre. Se não houver futuro na região onde vivemos caminhamos para a desertificação total porque as pessoas fogem para os grandes centros ou parte delas emigra. É uma tristeza, é dramático”* * *“Uma refeição ribatejana típica é um bom bacalhau à lagareiro, que eu gosto muito. Umas febras grelhadas, um cozido à portuguesa. Não sei se isto é ribatejano, mas é nacional. E um vinho ribatejano. Tinto, de preferência”

Qual é a receita para a boa gestão de uma empresa?Primeiro, servir bem os clientes com profissionalismo e simpatia. Depois é importante ter uma boa gestão da contabilidade, que é fundamental. Às vezes a contabilidade não acompanha como desejaria. Prefere carros novos ou antigos?Os carros novos são mais fáceis porque não têm parafusos ferrugentos (risos). E para mim gosto mais dos carros mais modernos porque têm outras tecnologias de ponta que às vezes nem dá para acreditar. Confia mais nos carros ou nas pessoas?Confio muito mais nos carros do que nas pessoas. As mecânicas dos carros hoje são muito fiáveis e normalmente não nos atraiçoam. Quem corre por gosto não cansa?Eu gosto mesmo muito da minha profissão. As pessoas que gostam mesmo muito das profissões nunca ganham muito dinheiro. As pessoas que gostam daquilo que fazem muitas vezes põem em primeiro o trabalho e esquecem-se mais da parte monetária. Comigo acontece-me isso e não é bom, mas sou assim e já não consigo mudar (risos). Era capaz de tomar banho na Barragem dos Patudos?Presentemente não, pois pelo que tenho lido e ouvido as águas não estão capazes para as pessoas tomarem lá banho, mas noutra altura seria capaz. Imagina-se a viver na Casa de José Relvas?Aquilo é uma casa tão grande… Imagino que será monótono, não me imagino a viver lá. Tem um valor patrimonial grande, é uma casa muito bonita sem dúvida nenhuma, é um museu extraordinário, mas não gostava mesmo de viver na Casa José Relvas. Domingos são dias de descanso ou de trabalho?Tem dias… Mas normalmente são de descanso. Aos domingos ou leio ou vou dar umas voltas de manhã - que é o que já não faço há muito tempo - e antes caçava. Alguma vez pensou em se candidatar à presidência da câmara? Não, nunca pensei e nem sequer tinha capacidades para isso. Para já, não tenho formação académica e depois não tenho perfil para essas coisas. Sou demasiado ingénuo para ser político. Para se ser político é preciso ter outras características que muitas vezes não são as mais puras. Não tinha mesmo queda para isso e a minha actividade profissional também não me permitia porque estou isento de horário. Costuma ir ao Festival Nacional de Gastronomia em Santarém?Não. Há uns anos, logo no começo, fui lá, mas já não vou há dez ou quinze anos. O que me podia fazer ir lá era conhecer comidas de outras regiões que não conheço. Uma boa refeição ribatejana típica?Uma refeição ribatejana típica é um bom bacalhau à lagareiro, que eu gosto muito. Umas febras grelhadas, um cozido à portuguesa. Não sei se isto é ribatejano, mas é nacional. Os enchidos pois claro, umas chouriças caseiras. E um vinho ribatejano. Tinto, de preferência. Em todas as refeições bebo um copo ou dois de vinho tinto. Gosta mais de ver televisão ou de ler jornais?Prefiro ver televisão porque não tenho muito tempo para ler. Não compro o jornal todos os dias e televisão tenho-a todos os dias em casa. Leio os jornais regionais, leio O MIRANTE todas as semanas. Ler jornais absorve-me mais algum tempo. Acha que a sua vida dava um bom livro?Acho que sim, já fiz uma autobiografia da minha vida. Até gostava de publicar. Mas não é um livro, acho eu, que fosse muito importante para as pessoas lerem. Como a minha vida há milhões delas. Acha que há futuro para os seus netos nesta região?Acho que sim. Os meus netos ainda são crianças, mas não podemos ser pessimistas ao ponto de achar que não há futuro. Tem de haver futuro senão o nosso país morre. Se não houver futuro na região onde vivemos caminhamos para a desertificação total porque as pessoas fogem para os grandes centros ou parte delas emigra. É uma tristeza, é dramático. Não sei o que é que hei-de considerar da situação actual que se vive.
Amílcar Sarabando

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