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Demolidor Manuel Serra d’Aire

Uma comitiva de cinco pessoas, paga pela Câmara de Tomar, foi passar três dias a França por causa da criação de uma Rede Templária Europeia e, como somos um país de invejosos que não pode ver um pobre com uma camisa lavada, houve logo quem perguntasse para quê tanta gente para estreitar relações e tratar do expediente que não deve ser coisa por aí além. Obviamente não pactuo com essas posições miserabilistas e até acho que ainda foram poucos. Toda a gente sabe que quanto mais vistosa e numerosa for uma comitiva mais ela impressiona. Basta lembrar a embaixada que, há 500 anos, o rei D. Manuel I enviou ao Papa Leão X e que deixou Roma de olhos em bico. É verdade que não havia onças ou elefantes malabaristas à mão de semear para mostrar aos gauleses, como fez a comitiva real há cinco séculos aos papalvos dos romanos, mas podiam pelo menos ter levado uns patos e uma ratazanas do Nabão, que é o que se pode arranjar. E quem mostra o que tem a mais não é obrigado. É que o facto do chefe de gabinete da presidente da câmara, Luís Ferreira, integrar a comitiva só por si não chega. O homem, em dias de grande inspiração, vale por dois ou três no que toca à criatividade, mas ainda não faz milagres.Em Alpiarça, a junta de freguesia lembrou-se de fazer uma exposição de fotografia nos muros do cemitério. É lógico que a iniciativa levou logo bordoada de alguns cidadãos, ofendidos com a ousadia autárquica. Também concordo. Colocar imagens de campas e de jazigos junto a um cemitério onde se encontram as mesmas campas e jazigos não me parece de bom gosto e é uma flagrante e mórbida redundância. Passe a comparação, é como ir vender gelados para o pólo norte ou aquecedores no Equador. Se queriam fazer uma exposição de fotografia apelativa deviam utilizar imagens daquelas que, como se diz na gíria e aqui encaixa que nem uma luva, “até fazem levantar os mortos”. Como as que aparecem nas campanhas publicitárias das grandes marcas de lingerie.O deputado do PSD Duarte Marques, eleito pelo distrito de Santarém, é um daqueles políticos que me faz lembrar o ex-jogador do Sporting Pedro Barbosa, atleta que tinha um talento indesmentível mas só se aplicava a sério quando estava em final de contrato. Também o jovem Duarte, oriundo de Mação, começou a mostrar serviço de forma mais notória a um ano das próximas eleições legislativas, provavelmente a pensar na renovação do contrato. Nada que outros não façam, é verdade, e que não me deixa propriamente embasbacado. É que a concorrência para integrar as listas de cada partido é mais do que muita e um lugarzinho na Assembleia da República, mesmo que seja na terceira fila, ainda é um cantinho do céu para muita gente e pode ajudar a abrir muitas portas.Li na imprensa que o presidente da Câmara de Ourém, o socialista Paulo Fonseca, foi recebido apoteoticamente na Indonésia, na mais recente incursão que o autarca fez àquele longínquo território. Não deixa de ser uma ironia do destino. Na mesma altura em que juízes portugueses eram expulsos de Timor Leste, o autarca, que está a contas com a justiça em Portugal, era alvo de calorosa recepção na vizinha Indonésia. E com esta curiosidade me vou. Efusivas saudações do Serafim das Neves

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