O chilrear dos pássaros ecoa nas paredes do pavilhão do Cevadeiro, em Vila Franca de Xira. Faltam poucos minutos para a abertura ao público de mais uma Avixira. Como carros numa linha de partida, os donos das aves apressam-se a dar os toques finais nos animais e nas gaiolas que vão ser mostradas aos visitantes, que já se acumulam no exterior do pavilhão, espreitando avidamente pelos vidros. Num dos corredores, atarefado na colocação de informações sobre cada uma das aves, está Daniel Prates. Natural de Vialonga, Daniel é técnico de enchimento na Central de Cervejas e nos tempos livres gosta de desligar-se do mundo na companhia do chilrear dos seus pássaros. Tem mais de uma centena de animais e desta vez trouxe quarenta para a exposição. Um dos pequenos bichinhos, amarelo, venceu mesmo o primeiro prémio da sua categoria. O reconhecimento de muito tempo e dinheiro despendido em prol dos animais. Cada pássaro demora entre 6 a 8 meses a estar pronto para um concurso de beleza. A paixão pela ornitologia, numa vertente mais competitiva, começou há cinco anos. Entretanto virou vício, confessa-nos. Mas é um vício bom porque, metaforiza, “quem corre por gosto não cansa”. Filipe Matias