27º Aniversário | 19-11-2014 16:46

A nossa vida é um conjunto de acasos

Neste 27.º aniversário de O MIRANTE, há que, em primeiro lugar, felicitar todos aqueles que têm contribuído para o sucesso, incomparável e destacado, deste órgão de comunicação, que é muito mais que um simples jornal, mas antes uma verdadeira instituição da nossa região e do nosso país. Parabéns a todos os colaboradores, na pessoa dos seus timoneiros, o Joaquim Emídio e a Joana Emídio.Para a edição comemorativa desta significativa data, pedem-me para relatar um episódio de vida. Depois de realizar uma sempre agradável retrospetiva e regressão, não consigo individualizar um episódio, com o incontornável receio de resumir a vida passada a uma situação agradável, a um momento caricato ou a uns minutos de humor, a pensar, principalmente, em quem irá ter a coragem de ler a minha reflexão.Pensei antes em comemorar a vida como um todo de partes inseparáveis, de duvidosa hierarquização. Gosto de olhar sobre o ombro para o passado, mas virado para o futuro. A nossa vida é um conjunto de acasos. É um rol de acontecimentos, para os quais contribuímos numa ínfima parte. A vida de cada um é feita em partilha, e é construída, maioritariamente, pelos outros. E cair na tentação de destacar um episódio seria o exercício mais incompleto que um humano poderia fazer. Poderia enfatizar a amizade, o amor, a família, a realização pessoal ou profissional, a alegria, a felicidade, a solidariedade, sem nenhuma ordem em especial. Nunca seria apenas um episódio, nunca poderia ser apenas um parágrafo, um texto ou até um livro.Todos já tivemos incontáveis bons e maus momentos nas diversas “partes” da nossa vida. Daqueles que dá vontade de contar. Na amizade há momentos de euforia, mas também de decepção. No amor há momentos de coração a mil, a mover montanhas e outros de frustração e desilusão. A família, aquele porto seguro, preenche grande parte das nossas vidas com alegrias, mas os sentimentos de perda ou nostalgia que pode causar, arrasam, de forma inigualável.Recorda quem tem memória. Recordar é viver porque, como escreveu Gabriel García Márquez, “A vida de uma pessoa não é o que lhe acontece, mas aquilo que recorda e a maneira como o recorda”. Recordamos aquilo que representamos como especialmente bom ou mau, mas a nossa subjetividade tem um papel preponderante na apreciação e valoração que fazemos dos nossos acasos. O que é singularmente espetacular para mim, pode ser uma minudência para outros.Como humanos, temos a capacidade de rir, de amar, de chorar, de projetar, de sermos felizes. A nossa vida é feita de cada pedaço, de cada momento, de cada recordação. Mas apenas todos eles, em conjunto fazem sentido, apenas o todo nos faz sonhar, nos faz acreditar que vale a pena viver. E que o puzzle das nossas vidas seja um aglomerado de sucesso. Que o sucesso de O MIRANTE contagie a nossa insaciável vivência, porque ele faz, também, parte da nossa vida!* Advogado

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