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Estóico Manuel Serra d’Aire

Há fenómenos difíceis de compreender e o de os Bombeiros Voluntários de Constância terem 23 ambulâncias só para transporte de doentes é daqueles que não me entra no bestunto, por muitas voltas que dê à cachimónia. É um caso certamente digno do Livro dos Recordes, se tivermos em conta que o concelho tem cerca de 4 mil habitantes, o que, feitas as contas, equivale a uma ambulância por 174 habitantes. É um rácio impressionante e que deve levar o município de Constância a equacionar a troca do título de Vila Poema pelo de Capital Nacional da Ambulância, o que no caso até rimaria e seria verdade.O país está a começar a sair lentamente do buraco onde caiu mas ainda há quem continue a ambicionar grandes cometimentos e obras faraónicas, porque sonhar não custa. É o caso do chefe do PS de Benavente que ainda acredita na construção do novo aeroporto de Lisboa (mesmo que não saiba muito bem quando) e quer que isso permaneça reflectido no Plano Director Municipal do concelho. E ainda dizem que a nossa política anda carenciada de gente com visão? Haver há. Dinheiro é que não.Vive-se uma pueril euforia entre a esquerda ribatejana (e nacional), sobretudo a bloquista, graças ao que se passa na Grécia. A vitória de um movimento de esquerda foi festejada como se um feito do Benfica se tratasse. Só faltou, por estas bandas, fazerem-se caravanas e estourar foguetes. De repente, muitos portugueses viram-se gregos e nas câmaras e assembleias municipais até já se fala da questão grega como se fala dos buracos nas estradas ou das ervas nos passeios. Esta situação faz-me lembrar a minha infância sempre que chegava mais um mundial de futebol. Como a selecção portuguesa nunca chegava às fases finais lá tínhamos todos que torcer pelo Brasil como se da nossa pátria se tratasse. Assim estão os bloquistas. À falta de melhor, resta-lhes torcer pelo Syriza. Porque, por cá, não há grandes razões para festejar.O presidente da Câmara da Chamusca quer repor as 35 horas semanais de trabalho na sua autarquia mas tem medo de infringir a lei, ao contrário do que fizeram muitos colegas seus, e por isso os funcionários continuam a bulir 40 horas por semana, para desgosto do socialista Paulo Queimado. Segundo o autarca, a adopção das 40 horas semanais em nada beneficia a autarquia pois representa mais 30% mais de gastos energéticos. É realmente muita energia para tão poucas horas a mais e assim é fácil perceber por que razão as contas públicas não melhoram. Ou seja, quanto mais se trabalha maior é o buraco. A solução, está visto, é reduzir o horário dos funcionários até se chegar ao ponto de equilíbrio em que estes deixam de dar despesa.Como tu lembraste, a Câmara de Benavente aumentou substancialmente as multas para quem não apanhe o cócó dos seus cãezinhos do chão quando estes defecarem na via pública. Claro que esta implacável medida vai ter o mesmo efeito que um aquecedor ligado nos trópicos: ninguém vai dar por ela. Aliás, o voluntarioso presidente de câmara até disse que a intenção é mais para meter medo às pessoas do que para lhes ir ao bolso. Pelo menos é sincero, embora já todos tivéssemos percebido que os regulamentos municipais, para além de serem uns belos nacos de prosa para entreter juristas para pouco mais servem.Um abraço do Serafim das Neves

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