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O médico oftalmologista que não pensa na reforma

O médico oftalmologista que não pensa na reforma

Devido a ter consultório em quatro localidades Luís J. Figueiredo só atende por marcação

Desde criança que sonhava com a medicina, exercendo ininterruptamente há mais de trinta anos. Actualmente, divide-se por consultórios em Lisboa, Ponte de Sôr, Benavente e Rossio ao Sul do Tejo.

Elsa Ribeiro GonçalvesNatural de Benavente, desde muito cedo que Luís J. Figueiredo, 62 anos, sonhava com a medicina. “Quando era criança e ia às consultas médicas atraia-me muito o processo de observação dos doentes e ficava fascinado com a bata branca”, recorda o médico que escolheu como especialidade a área de Oftalmologia. Mais virado para as disciplinas de ciências, sempre se aplicou nos estudos e todo o percurso escolar foi feito a pensar na entrada em Medicina, o que acabaria por acontecer com 17 anos, inicialmente na Faculdade de Medicina de Lisboa e, mais tarde, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova. A componente teórica do curso não o desmotivou. “Havia muita teoria mas percebe-se que é necessária para a parte prática funcionar”, refere o médico que trabalha há mais de 30 anos e ainda não pensa na reforma.A escolha da especialidade em Oftalmologia dá-se nos últimos anos da faculdade porque gostou bastante do trabalho que se desenvolvia nesse âmbito, sendo uma área da medicina que se estava a desenvolver muito. “Fiz a cadeira de Oftalmologia no Hospital dos Capuchos e gostei bastante do que observava. Achei que era aquilo que gostava de fazer enquanto médico”, refere. Depois de terminar o curso, em 1977, fez os internatos normais, em Clínica Geral e Saúde Pública e depois entrou no estágio no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto. Ficou a trabalhar por Lisboa até acabar a especialidade e depois passou para o quadro do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SAMS).Na altura todos os médicos acabavam por abrir consultório e Luís J. Figueiredo não foi excepção. O primeiro consultório que abriu, sozinho, foi em Ponte de Sôr há cerca de 30 anos. Há nove anos optou por também abrir em Rossio ao Sul do Tejo (Abrantes) porque “era um sítio de passagem no regresso de Ponte de Sôr a Lisboa” e era um serviço que fazia falta à população. Há quatro anos abriu outro consultório em Benavente, aceitando o convite da Santa Casa da Misericórdia de Benavente para montar um serviço de raiz, desde consultas a bloco operatório. Devido a estar dividido por essas quatro localidades, Luís J. Figueiredo só atende por marcação para que a agenda apertada flua e ninguém fique prejudicado. Em média, o tempo de espera de uma cirurgia, por exemplo, às cataratas, não ultrapassa um mês, mês e meio.Calmo e metódico quanto baste, gosta de primar pela organização não reagindo muito bem a imprevistos. Nessas alturas, pensa mais na solução do que no problema. Com uma vida profissional bastante rica e preenchida, é difícil recordar um episódio mais marcante mas não esquece um que ocorreu nos primeiros tempos após ter aberto o consultório em Abrantes. “Certo dia apareceu uma jovem que se queixava de perturbações na visão mas não detectei nada nos olhos. Mandei fazer exames complementares e descobriram que tinha um tumor no cérebro. Acabou por ser operada no IPO e penso que, presentemente, está estabilizada “, recorda.O mais gratificante para o médico oftalmologista, que trabalha de segunda a sábado, é proporcionar qualidade de vida aos seus utentes. Já assistiu a reacções bastante entusiastas após uma cirurgia que, actualmente, são feitas de modo bastante célere e com o paciente a ter alta no próprio dia.Ao domingo ainda se entrega duas a três horas para preencher papéis ou para ir ver doentes que foram operados na sexta-feira. “Quando são casos mais complicados têm que ser vistos todos os dias, inclusive ao domingo”, refere.Confessa que não desliga do trabalho e mantém contacto regular com os seus doentes, sendo seu apanágio fazer um acompanhamento do doente do início ao fim do processo. A nível pessoal, tem uma frase, em latim, que o acompanha em pensamento. “Se não podes fazer bem ao menos não faças mal”. E, como gosta muito do que faz, apesar de já trabalhar há mais de três décadas e ter perdido a conta ao número de cirurgias feitas não sonha com a reforma. “Sinto que ainda posso dar muito de mim e há projectos que me entusiasmam e nos quais quero participar”, afirma.
O médico oftalmologista que não pensa na reforma

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