Surpreendeu-o a mudança de Jorge Jesus do Benfica para o Sporting?Como benfiquista desiludiu-me um bocadinho. Acredito que a nível pessoal seja uma mudança boa para ele, até porque, segundo consta, foi uma promessa que fez ao pai. Se tem esse valor sentimental, não sou ninguém para criticar a opção pessoal dele. Alguma vez foi a pé a Fátima?Sim, tento ir todos os anos. Infelizmente houve dois ou três anos que não consegui ir, mas este ano já fui. Gosto muito de ir em Maio e em Outubro, num grupo pequeno, familiar. Acho que existe uma mística durante aquele caminho. Quando estamos a chegar percebemos que aquele esforço todo valeu a pena. Acho que não dispenso um ano sem ir a pé a Fátima. É a favor ou contra as touradas?Sou a favor, sou aficionado. Gosto de tudo o que envolve: a criação do toiro bravo no campo, a própria ligação que o ganadeiro cria com o toiro, o espírito entre forcados, a relação dos toureiros a cavalo com a sua quadrilha. Tudo isto é fantástico mas infelizmente algumas pessoas tentam denegrir de uma forma que eu não acho muito correcta.Quem vai ganhar as eleições legislativas deste ano?Eu sou suspeito, porque faço parte de um dos partidos da coligação PSD-CDS e por isso espero que a coligação vença as eleições e, de preferência, com maioria absoluta. A nossa história tem-nos mostrado que se mudarmos de rumo outra vez, não sei até que ponto não teremos um grande desgosto. E quem gostava que fosse o próximo Presidente da República?Eu gostaria que fosse Marcelo Rebelo de Sousa, devido a um fascínio que tenho por ele de há alguns anos a esta parte. Ele ainda está indeciso, ou melhor, está à espera para ver se o PSD lhe dá apoio. Infelizmente, apesar de ser uma pessoa de quem a opinião pública gosta e que penso que teria uma grande vitória se fosse candidato, penso que o PSD não terá essa abertura. Marcelo acaba por ser um dos críticos internos e, hoje em dia, na política, a crítica não é bem-vinda.Vai aos estádios ver jogos de futebol?Não costumo frequentar os grandes estádios. Prefiro ir a um campo mais pequeno do que a um grande estádio, de um grande clube. As claques organizadas não deixam de ser interessantes no contexto desportivo mas ainda existe muita ligação à violência por parte de grande parte das claques. E isso deixa-me um bocadinho inseguro. Se me perguntasse se levaria um filho meu a um grande estádio, eu diria que não. No futuro talvez as condições mudem, talvez as mentalidades mudem, mas neste momento não. Concorda com as imagens que pretendem colocar nos maços de tabaco?Não me chocam mas penso que não terão o efeito desejado. Já existe tanta informação hoje em dia. Penso que não será uma imagem chocante num maço de tabaco que irá alterar alguma coisa. Aliás, há muitos anos que os maços têm escrito que fumar mata e não se nota uma grande redução de fumadores. A redução aconteceu mais devido ao preço do que à informação que aparece nos maços. Acredita que pode haver um atentado terrorista em Portugal?Acho que estamos muito bem localizados e de há uns anos a esta parte temos sido muito inteligentes. Conseguimos agradar sempre a gregos e a troianos. Aliás, segundo consta, Bin Laden até esteve cá a passar férias no Algarve. Aqueles grupos terroristas que estão agora muito na moda, penso que não teriam interesse em fazer um ataque em Portugal porque depois seria muito mais difícil entrar cá, haveria muito mais controlo. Somos mais um ponto de entrada e de passagem.