O actor Ruy de Carvalho foi o convidado da última Tertúlia do Convento, em Virtudes, Aveiras de Baixo, e aproveitou para recordar os momentos felizes que passou na sua infância, quando o seu destino de férias era Vale do Paraíso, no concelho de Azambuja. Convidado pelo presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Baixo, Carlos Valada, Ruy de Carvalho encantou uma plateia de quase cem pessoas com histórias e memórias, começando pelas que o ligam a esta região. “Quando me convidaram para vir aqui aceitei logo. Recordo os tempos em que vinha passar férias a Vale do Paraíso, aqui na Azambuja e me vinham buscar de carroça à estação. Tenho recordações muito boas deste sítio, mas confesso que não sabia que havia aqui um convento”, exclamou.Depois de um jantar onde fez questão de repetir um torricado, o actor, que já leva 73 anos de carreira, afirma continuar a ter um “enorme prazer em representar, até porque o dinheiro vai dando jeito”, mas realça que nunca precisou de ser actor em casa, no dia a dia.Ainda assim, apesar do prazer que tem na profissão, o actor foi extremamente crítico com os actuais governantes por causa dos cortes que têm levado a cabo nas pensões e nos aumentos dos custos de vida que o levam, a si e a outros da mesma geração, a ter de continuar a trabalhar. o filho, o social democrata João de Carvalho, é vereador na Câmara de Vila Franca de Xira mas tem o mandato suspenso por razões profissionais Ruy de Carvalho respondeu a todas as questões sempre com um sorriso na cara, exceptuando quando lhe pediram para dizer se os políticos também são actores. “Os políticos sorriem porque têm medo de ser sérios. Se fossem sérios de vez em quando era muito melhor. As leis têm pouco coração, há falta de coragem para tomar as atitudes correctas. Mente-se muito. Estes governantes esqueceram-se que têm pais, filhos e que um dia vão ser doentes. Calculem como me sinto ao dizer isto porque fui mandatário para os idosos. Podem-nos tirar tudo, mas não a alma”, afirmou.