Dionísio Mendes assume presidência do Coruchense após eleições polémicas
Antigo presidente da Câmara Municipal de Coruche aposta no dirigismo desportivo
Anterior presidente do clube admite impugnar o acto eleitoral. Ricardo Santos diz que a lista de Dionísio Mendes integra elementos que não tinham a quotização regularizada e considera que esta direcção está envolta em interesses políticos e económicos.
O antigo presidente da Câmara de Coruche, Dionísio Mendes, é o novo presidente da direcção do Grupo Desportivo O Coruchense. Os novos corpos gerentes foram eleitos na manhã de domingo, 5 de Julho, numa assembleia-geral que contou com a presença de cerca de uma centena de sócios e que ficou envolta em polémica.A eleição de Dionísio Mendes está a ser contestada pelo anterior presidente da direcção, Ricardo Santos, que pondera impugnar o acto eleitoral. Em causa está o facto de terem integrado essa lista alguns elementos que não tinham a quotização regularizada até 31 de Maio de 2015, quando a convocatória da assembleia geral definia claramente que só podiam integrar as listas sócios com as quotas em dia até 31 de Maio. De acordo com Ricardo Santos não foi isso que aconteceu e o próprio presidente da assembleia-geral do clube, Luís Barros, colocado perante as eventuais irregularidades, optou por abandonar os trabalhos a meio. Refira-se que na nota de imprensa enviada por Dionísio Mendes poucos dias antes das eleições, o presidente agora eleito contrariava o conteúdo da convocatória da assembleia geral e declarava que “os sócios que tenham quotas em atraso podem regularizar a situação até domingo, antes do início da assembleia geral”.Perante o abandono do presidente da assembleia geral, a sessão acabou por ser conduzida por três elementos, escolhidos de entre os associados presentes. Ricardo Santos, que é militante do PSD, considera que por detrás desta “pseudo-eleição” estão “interesses políticos e económicos” e uma declarada “sede de poder”. Dionísio Mendes foi entre 2001 e 2013 presidente da Câmara Municipal de Coruche, cargo que teve de abandonar por força da lei de limitação dos mandatos. Da sua lista fazem parte elementos ligados ao PS, nomeadamente o presidente da Assembleia Municipal de Coruche, José Coelho, que nos últimos anos integrou sempre as listas de Ricardo Santos, e alguns apoiantes políticos de Dionísio Mendes.A acompanhar Dionísio Mendes na direcção estão Vítor Bacalhau, José Meirinho, Luís Gião, José Dionísio, Celestino Ferreira, Mário Godinho, Nuno Rouxinol, Pedro Mesquita, Nuno Lucas e Cláudia Raquel Oliveira. A assembleia-geral é presidida por Vítor Rouxinol, tendo António José Rosa e José Coelho como primeiro e segundo secretários, respectivamente. António Dionísio preside ao conselho fiscal, acompanhado por Alexandre Coelho e Paulo Matias.Construir um projecto “sólido e sustentado”, apostar na formação desportiva sobretudo das camadas juvenis, criar condições de trabalho que garantam uma presença forte no Campeonato Nacional de Seniores, a que subiram este ano, e desenvolver uma campanha com vista ao aumento do número de sócios são alguns dos principais objectivos da nova direcção.Recorde-se que a marcação de eleições antecipadas surgiu na sequência da demissão formal de quatro elementos dos órgãos sociais do clube na assembleia-geral de 20 de Junho. As divergências internas no Coruchense surgiram numa altura em que o clube se prepara para disputar o Campeonato Nacional de Seniores, depois se de ter sagrado campeão distrital da Associação de Futebol de Santarém. Na época desportiva 2014/2015, O Coruchense conquistou também a Taça do Ribatejo.
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