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Fabulástico Manuel Serra d’Aire

A política ribatejana está mais pobre. O presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas, o socialista António Rodrigues, finalmente demitiu-se do cargo, coisa que já tinha anunciado há mais de meio ano. Depois de 20 anos como presidente da câmara torrejana, Rodrigues, fervoroso adepto do quero, posso e mando, parece não se ter adaptado a um cargo pouco mais do que honorífico. Manifesto aqui o meu pesar por essa atitude, pois trata-se de uma vaga difícil de substituir. Aliás, já quando saiu da câmara se notou o vazio em que caiu o concelho, bem expresso no facto de nunca mais se terem construído rotundas nem plantado palmeiras, o que é lamentável. Os mitos urbanos estão novamente na moda e eu próprio criei um. Tenho uma teoria para o eclipse da ex-presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, a bloquista Ana Cristina Ribeiro, que não aparece há ano e meio nas sessões da assembleia municipal, órgão autárquico para o qual foi eleita em 2013. E a minha tese é que “Anita” foi raptada por extraterrestres, provavelmente necessitados de gente com experiência para gerir as vilas e aldeias do seu planeta.Mas como o português é um ser mesquinho e invejoso, que detesta ver um pobre com uma camisa lavada, o meu vizinho Camilo, logo que lhe contei o que pensava, formulou uma hipótese alternativa e ainda mais escaganifobética, garantindo que “Anita” está na Grécia e é uma das activistas do Syriza. E jurou a pés juntos que até a viu na TV aos beijos ao primeiro-ministro Alexis Tsipras na praça Syntagma. O homem estava de tal forma vidrado que só tirou essa ideia da cabeça quando lhe provei que a senhora portuguesa de farta cabeleira negra e do Bloco de Esquerda que andava por Atenas por estes dias era uma tal de Marisa Matias. Perante esses factos, ele lá se aquietou, desculpando-se com a vista que já lhe vai falhando e com o facto de já não ver Anita há algum tempo. E, em jeito de expiação, juntou-se à minha teoria. Em Tomar o ambiente é de festa, com os tabuleiros a andarem pela rua. Espero que o casal presidencial dê o exemplo e participe no cortejo trajado a rigor. No entanto, não partilho das opiniões que advogam que quem manda na câmara é o chefe de gabinete e companheiro afectivo da presidente. Ser Luís Ferreira a responder à oposição nas assembleias municipais, em vez da presidente da câmara e companheira Anabela Freitas, só pode ser visto com naturalidade. Afinal de contas ela é que é a patroa e ele o funcionário. E os funcionários servem para isso mesmo, para funcionar. Por isso, se o casal participar no cortejo, quem deve levar o tabuleiro à cabeça é ele.Miguel Relvas, ex-ministro e braço direito de Passos Coelho e figura emblemática do PSD do distrito de Santarém, lançou um livro sobre o outro lado da governação. Infelizmente o livro é muito limitado no que a esse capítulo diz respeito, segundo quem o leu, pois se o outro lado da governação é só aquilo, a vida de um governante é bastante apagada, sem aquele fulgor que alimenta as almas mais inquietas. Ou seja, uma seca para quem já se confessou um “cliente do lado positivo da vida” e um autêntico mestre de culinária. Está pois explicada a demissão do antigo homem forte do aparelho “laranja”: Relvas estava farto de pasmaceira.Aceita uma vénia do Serafim das Neves

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