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Nova atitude

Depois dos olhos tapados (na semana passada a propósito da TAP) há quem nos abra os olhos de forma muito clara e simples. O MIRANTE mostrou-nos o Adriano e o Luís que, depois do horário de trabalho, limpam voluntariamente as ruas da sua Tomar para que esta esteja ainda mais bonita na Festa dos Tabuleiros. Este exemplo é magnífico. De forma totalmente espontânea e voluntária, a troco de nada, dois cidadãos dão-nos este bom exemplo, uma lição. Pelo que se leu em O MIRANTE o funcionário camarário, Adriano Duarte, entendeu que era necessário fazer alguma coisa pela sua cidade. “O município tem falta de meios humanos e técnicos devido aos cortes governamentais e também porque muitos dos funcionários estão alocados ao mercado municipal, que está em obras, e não conseguem limpar todas as ruas como deve ser. Achei que podia ajudar.” Isto é fabuloso. Portugal seria um país imensamente diferente, para melhor, se todos manifestássemos este nível de consciência.Estive em Tomar recentemente e encontrei a cidade muito bem cuidada e limpa, já engalanada, para a importante festa; todavia o Duarte e o Luís dão o seu tempo e trabalho em prol do bem coletivo, neste caso da beleza da sua terra. Quanto vale esta atitude? Soube-se ainda que houve uma tentativa de cativar outros cidadãos, sem sucesso. Na verdade, a resposta objetiva à pergunta “o que posso eu fazer, qual pode ser a minha contribuição?” é um longo percurso que infelizmente vai levar algum tempo. Queixamo-nos dos políticos mas pouco mais fazemos do que votar de quatro em quatro anos e isso deixa-nos de consciência tranquila. E depois alimentamos a triste ilusão de que alguém o vai fazer por nós. Todos sabemos, uns mais que outros, diz-nos a história inequivocamente, que as verdadeiras e importantes mudanças se fizeram de baixo para cima, a partir do coletivo, da base que somos. É, na verdade, aqui que podemos atuar, como os dois tomarenses nos ensinam.O caso encerra ainda outro “pormenor” incontornável. Esta boa história só se conhece porque, felizmente, há mais gente que faz o que deve - refiro-me, obviamente, ao jornal que tem na mão ou no ecrã. Não é irrelevante, antes pelo contrário, o papel de O MIRANTE que nos conta esta história e que a chama para a capa com destaque. É preciso ter muita visão e sentido de dever. Na verdade, começa a haver um somatório de factos que nos levam a acreditar num futuro melhor; hoje podem ser poucos mas no futuro, que desejamos próximo, serão muitos. A força das circunstâncias a isso nos vai obrigar. Olhamos à nossa volta e até os mais distraídos sabem que a atitude passiva não será mais possível. O nosso futuro depende de nós e do que hoje conseguirmos fazer como comunidade e nação.Carlos A. Cupeto

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