Os matadores de toiros do concelho de Vila Franca de Xira vão ter um papel central na comissão que está a estudar a forma de implementar o novo Museu da Tauromaquia na cidade sede de concelho. Alberto Mesquita, presidente do município, diz que os matadores “têm uma palavra preponderante” no assunto e que não devem ser deixados à margem. “Os maestros devem pertencer à comissão por serem protagonistas decisivos e tem todo o cabimento que estejam na comissão”, disse o autarca.O novo Museu da Tauromaquia voltou a ser tema de conversa durante as populares festas do Colete Encarnado e deverá voltar a sê-lo durante a tradicional Feira de Outubro. Alberto Mesquita diz que já muito se avançou no que diz respeito à implementação do Museu da Tauromaquia na cidade e que desta vez não é apenas uma boa intenção. Há até uma calendarização aprovada que aponta como meta a Feira de Outubro de 2016 para a sua inauguração. A comissão actual é composta por vereadores das diferentes forças políticas. Uma das matérias que ainda não reúne consensos é qual o nome a ser nomeado para futuro director do museu. O facto do novo director ir ganhar 1500 euros por mês, durante 36 meses, acrescidos da possibilidade de viajar autonomamente e às custas do museu, a qualquer ponto do país e da Europa, gerou polémica numa reunião de câmara de Janeiro último e não gerou consensos.Monumento ao toureiro “é uma nódoa”Mário Coelho, um dos matadores da cidade que viu a sua carreira ser homenageada com uma exposição no Celeiro da Patriarcal, defendeu recentemente que os toureiros da terra “conhecem todos os museus taurinos do mundo” e que por isso o seu contributo para a criação do novo museu taurino da cidade é “inegável”. “Os toureiros daqui podem contribuir para que se possa fazer um museu exemplar na cidade”, disse, durante as festas do Colete Encarnado. Pela mesma ocasião, o maestro, considerado como um dos maiores matadores de sempre em Portugal, criticou fortemente o monumento ao toureiro, existente no largo da estação em Vila Franca de Xira. “É uma nódoa, foi um erro e é muito feio, chegou a provocar a visita de artistas de Lisboa à nossa cidade para verem o que não se deve fazer. É um monumento que não dignifica a nossa terra nem os nossos toureiros”, criticou.