Prédios que a Câmara de Alpiarça tem em Lisboa mal dão para as despesas
Arrendamento dos edifícios garante apenas 1500 euros mensais
Dos três edifícios com 34 apartamentos e duas lojas, um está a precisar de obras num valor estimado de 300 mil euros.
A Câmara Municipal de Alpiarça tem três prédios em Lisboa e na Amadora com um total de 34 apartamentos e duas lojas que rendem apenas 1500 euros por mês. Dinheiro que é transferido para a Fundação José Relvas porque o benemérito Manuel Nunes Ferreira, que legou os edifícios à autarquia, estabeleceu que os lucros seriam para a assistência aos pobres. Apesar do lucro, os edifícios são uma dor de cabeça para o município em manutenção e em obras. O baixo rendimento está também relacionado com o valor das rendas, muitas já antigas e de baixo custo, em média a rondar os 50 euros. Um dos prédios, na Avenida de Berna 44 B, com cinco pisos e 10 apartamentos, está a precisar de uma intervenção que o vereador do património municipal, João Pedro Arraiolos (CDU), estima custar cerca de 300 mil euros. O autarca sublinha, em declarações a O MIRANTE, que o município não tem dinheiro para fazer obras no edifício. O problema, refere, arrasta-se há anos e ainda não se conseguiu arranjar uma solução. “O elevador não funciona e há pessoas com mais de 60 anos a habitarem no último andar. Estamos a tentar arranjar uma solução mas esta tem de ter sempre a concordância da Fundação José Relvas”, explica.Dos outros dois prédios, um situa-se na Amadora, na Av. Comandante Luís António Silva nº32, e tem cinco andares com 10 apartamentos, todos eles ocupados, e o outro fica na Rua Tomás da Anunciação, 84a a 84c, em Lisboa, também com cinco andares com 14 apartamentos e duas lojas. Três fracções de habitação neste imóvel estão desocupadas. No ano passado a autarquia transferiu para a Fundação José Relvas um total de 18 mil euros resultantes das rendas dos três edifícios, tirando os custos de manutenção. O vereador explica que “entre 2008 e 2012 a Fundação não recebeu qualquer verba porque foi feita uma grande intervenção nos edifícios entre 2005 e 2009, período em que a câmara era gerida pela maioria socialista. A fundação recebeu cerca de 20 mil euros no ano de 2013 e 10 mil euros no ano de 2014. Este ano de 2015 já recebeu 12 mil euros”, explica.Em 2012 a gestão dos edifícios foi entregue a uma empresa de consultoria e apoio à gestão, sedeada em Lisboa. Pelo serviço anual, que incluiu também projectos, a autarquia pagou cerca de 9600 euros. João Pedro Arraiolos refere que o contrato incluía também a análise de actos, processos e procedimentos, bem como propostas de metodologia e aconselhamento técnico e operacional, em projectos estratégicos a desenvolver pelo município. “Apesar do município estar satisfeito com o serviço prestado, decidiu assumir a gestão para poupar alguma despesa”, explica o autarca.
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