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Ranchos folclóricos mantêm a tradição nas festas da Glória do Ribatejo

Ranchos folclóricos mantêm a tradição nas festas da Glória do Ribatejo

Vila conta com um par de associações etnográficas que têm nos respectivos ranchos folclóricos a sua face mais visível. Durante as festas de Verão, são presença certa no programa e continuam a atrair muito público.

Nas festas da Glória do Ribatejo é tradição os dois ranchos da vila desfilarem pelas ruas e actuarem no palco principal à sexta-feira à noite. De ano para ano alterna-se a ordem de actuação. Este ano foi a vez do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo abrir as festividades, seguindo-se o Rancho Folclórico “As Janeiras”. Os dois grupos apresentam várias danças típicas.O Rancho Folclórico da Casa do Povo nasceu em 1956. Actualmente com mais de 50 elementos, o grupo tenta recriar os antigos costumes da vila, desde o cantar ao dançar, e do vestir ao falar.Rita Pote é a directora técnica e a cantadeira do grupo. Com 46 anos de casa, Rita entrou para o rancho ainda criança. Foi aprendendo as danças com os mais velhos e conta que é tradicional neste grupo não haver um ensaiador de carreira. “As pessoas aprendem as danças umas com as outras”, explica.O grupo conta com um elevado número de jovens licenciados, mas Rita garante que não faz diferença entre quem tem curso superior e quem não tem. Ali, por mais diferentes que sejam os elementos, todos contribuem para a formação de um colega, e para a directora técnica, essa é a chave do sucesso do Rancho Folclórico da Casa do Povo.As roupas usadas pelos elementos são confeccionadas na vila gloriana por pessoas que sempre fizeram trajes. O traje típico da mulher é composto por várias saias, um avental, uma cinta, um casaco e um lenço na cabeça. O do homem, é comum em todo o Ribatejo: calça, colete, camisa de manga comprida e chapéu. No bolso do colete é utilizada uma bolsa de relógio, também confeccionada à mão pelas artesãs da terra.Em Maio de 1981 foi criado o Rancho Folclórico “As Janeiras”, que começou por ser um rancho infantil. Só alguns meses depois se formou o grupo adulto. O rancho conta hoje com cerca de 50 elementos, entre adultos e crianças. Rosária Bernardino é a responsável técnica e a ensaiadora do grupo. Pertence ao mesmo desde que este nasceu e foi aprendendo as danças com o pai. As danças e as letras deste rancho foram maioritariamente criadas por Bernardino Monteiro, o antigo ensaiador, e são dedicadas a esta zona da Glória. Rosária conta que gosta de ensinar os novos membros, pois são eles que vão dar continuidade ao grupo.O traje é semelhante ao do Rancho Folclórico da Casa do Povo na sua constituição, mas os dois representam épocas diferentes. A cinta da mulher é marcada à mão, o avental é em ponto cruz, e as saias têm bicos. O casaco depende do feitio que o elemento quiser. Usam um lenço na cabeça e têm ao peito uma moldura com a foto do namorado, bem como cordões e brincos de ouro. As raparigas solteiras usam cinta vermelha, as casadas, preta, e as que usam cordel, são as que estão casadas há mais tempo.O traje do homem é preto ou cinzento, com camisa de manga comprida por baixo do colete. Usa chapéu e uma cinta marcada. De destacar o uso da bolsa de relógio e o lenço dos namorados, marcado à mão.Apesar de ser programa repetido em todos os anos de festa, a população gloriana e não só, adere bastante às apresentações dos dois ranchos, sendo visível a grande quantidade de pessoas que se encontram junto ao palco durante as mesmas. Os dois ranchos afirmam que têm o objectivo de não deixar desaparecer a cultura gloriana.
Ranchos folclóricos mantêm a tradição nas festas da Glória do Ribatejo

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