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Ciclistas de Coruche desafiam limites em maratona de BTT Madrid-Lisboa

Ciclistas de Coruche desafiam limites em maratona de BTT Madrid-Lisboa

Prova com 770 km de extensão vai decorrer entre 25 e 27 de Setembro

Dezasseis praticantes de BTT vão desafiar os seus limites numa luta contra o tempo e o cansaço. Vão na desportiva mas garantem que vão dar o seu melhor e honrar a vila de onde se oriundos.

São 16 os atletas de Coruche, divididos por quatro equipas, que vão participar na maratona de BTT, Powerade ION4, entre Madrid e Lisboa, que já é considerada a prova de BTT (sem paragens) mais dura e longa do mundo. Serão 770 quilómetros em trilhos ibéricos, percorridos entre os dias 25 e 27 de Setembro. A apresentação das quatro equipas que vão representar o município de Coruche teve lugar na vila, na quinta-feira, 10 de Setembro e O MIRANTE aproveitou para falar com os representantes de três delas: o técnico agrário Gonçalo Cabecinhas, de 35 anos (Strix Bike Team), o mecânico industrial Sérgio Silva, de 27 anos (Cracks do Pedal), e o militar Licínio José, de 36 anos (ARZ Bike Team). Dos três, só Gonçalo já participou na prova e foi por isso o eleito para a apresentar. “É uma prova de resistência, com um percurso muito longo que nos leva ao limite, devido à falta de descanso. Mas também é uma prova bastante engraçada, percorrida em vários tipos de terreno. Em Espanha é um terreno mais duro, mais rígido, com mais pedras. Em Portugal é mais rolante, com mais areia. É uma prova que se divide em 10 etapas (feitas à vez num sistema de rotação de elementos) que têm de ser cumpridas em determinado tempo. Se um atleta chegar após esse tempo o outro já não pode iniciar a etapa e termina a prova para a equipa”, explica Gonçalo.As três equipas prepararam-se com afinco, uma vez que, como diz Licínio, “quem não for preparado, por muito que gira o esforço, não consegue. Daí que seja muito importante fazer uma boa preparação antes da prova”.Em relação aos objectivos, as três equipas vão na desportiva, mas tal não significa que não procurem dar o seu melhor, deitando sempre um olho à possibilidade de chegarem ao pódio na categoria dos municípios. “Pessoalmente sempre que vou para uma prova, o importante é não me aleijar e chegar ao fim. Mas desde que é dada a partida qualquer atleta dá tudo o que tem e tenta fazer o seu melhor. Neste caso, acho que todos os que vão representar o município de Coruche vão tentar trazer um lugar no pódio pelos municípios”, refere Sérgio Silva. “O nosso objectivo principal é chegar ao fim e que ninguém se aleije. Em termos de classificações é mesmo na desportiva porque isso está em primeiro lugar”, refere por sua vez Licínio.“O descanso é feito dentro do carro a dormir”Quanto às principais dificuldades que irão encontrar, os três estão de acordo e apontam o cansaço e a falta de descanso entre etapas. Como se pode então combater o cansaço? “É não entrar em cansaço, ou seja, saber gerir o esforço. Não se pode dar tudo, não se pode chegar ao ponto da exaustão, a um ponto em que não se consiga voltar a fazer uma etapa, até porque um dos pontos do regulamento é que os atletas têm de andar pelo menos duas vezes”, explica Sérgio Silva. Para fazer face a uma prova desta magnitude, Gonçalo Cabecinhas adianta que a hidratação e a alimentação são fundamentais, assim como o descanso, mas essa é a pior parte: “O descanso é feito dentro do carro, a dormir. Acaba por nunca ser um descanso porque vamos ali sentados uma hora a dormir às prestações”. O elemento da Strix Bike Team contou ainda dois episódios da sua primeira participação na maratona, que atestam as dificuldades pelas quais podem passar os ciclistas. “Logo na primeira etapa que fiz, comecei à meia-noite com duas luzes. A etapa era de 70 quilómetros e ao quilómetro 20 fiquei com zero luzes. Tive de esperar por outros atletas para conseguir chegar. Noutra etapa, com 100 quilómetros, partiu-se a bicicleta a metade do percurso. Fiquei sem mudanças, sem corrente e foi assim que fiz uma quantidade de quilómetros, muitos deles a empurrar a bicicleta”, recorda. “Podemos controlar bem o esforço mas as avarias são um factor que não conseguimos controlar”, concluiu.
Ciclistas de Coruche desafiam limites em maratona de BTT Madrid-Lisboa

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