O município de Azambuja está receptivo para acolher alguns dos cerca de 5 mil refugiados de guerra que vão chegar em breve a Portugal. A ideia foi espoletada por uma intervenção do vereador da CDU, David Mendes, na última reunião pública da câmara municipal, mas Silvino Lúcio, presidente em funções dadas as férias do líder da autarquia Luís de Sousa, considerou-a interessante. O propósito do município é acolher os refugiados nas antigas casas dos funcionários do estabelecimento prisional de Alcoentre, que se encontram abandonadas nessa localidade.David Mendes levantou a questão dos refugiados a meio da reunião para defender que a autarquia deveria tomar uma posição sobre o assunto como muitas outras ao longo do país têm feito, “até porque temos no concelho algumas casas devolutas”, afirmou.Do lado da coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, a vereadora Maria João Canilho foi ainda mais específica. “Temos casas devolutas em Alcoentre que poderiam ser alocadas para esta situação. Acho que deveríamos aproveitar a visita que a ministra da Justiça vai fazer ao nosso concelho em breve para poder fazer alguma pressão para que possa haver essa disponibilização. Também poderíamos fazer a mesma pressão na perspectiva da acção social”, assinalou.Silvino Lúcio concordou, apesar de surpreso por nada saber de uma eventual visita da ministra da Justiça ao concelho. “O acolhimento de refugiados poderá ser um caminho e que vamos analisar, até porque temos, de facto, edifícios abandonados que podem servir para albergar um determinado número de pessoas. É um assunto que iremos analisar”, assegurou.Por ora, a autarquia não fez ainda qualquer contacto com o Conselho Português para os Refugiados no sentido de se disponibilizar para acolher pessoas nessa situação. Recorde-se que para Portugal, o número previsto de refugiados a acolher é de cerca de cinco mil.