“É preciso uma entidade competente que regule a língua portuguesa”
As crianças e jovens estão cada vez mais a usar estrangeirismos de uma forma excessiva e a culpa deve-se sobretudo ao facto de não existir em Portugal uma entidade competente que regule a língua portuguesa. A opinião é de Ana Salgado, gestora do Pórtico da Língua Portuguesa e coordenadora do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa.“Quando aprendemos um termo em inglês, se de imediato existisse uma entidade que o traduzisse para português evitar-se-ia a utilização desnecessária de estrangeirismos”, referiu a lexicógrafa no seminário sobre “Educação versus Comunicação” que decorreu a 10 de Setembro no Cine-Teatro de Almeirim. Uma lacuna que a Academia das Ciências está a tentar colmatar através de uma maior intervenção em tudo o que tenha a ver com a matéria linguística.O novo acordo ortográfico que passará definitivamente a figurar em Portugal em 2016 esteve também no centro das atenções. À plateia de mais de duas centenas de professores do pré-escolar ao ensino secundário que marcaram presença no seminário, Ana Salgado lembrou que é “perigoso” recuar com o processo de implementação do novo acordo ortográfico introduzido nas escolas desde 2011. “Quer estejamos a favor ou contra, é uma obrigação de todos nós, em contexto escolar, utilizá-lo”, frisou a lexicógrafa, defendendo uma revisão urgente do novo acordo ortográfico em que “muitos assuntos ficaram por resolver e sem resposta”.O director-geral da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, José Moreira Duarte, e a escritora Isabel Alçada foram alguns dos oradores que participaram neste seminário onde a comunicação e a educação foram os protagonistas.
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