Ribatejanos a favor da vinda de refugiados mas com algumas reservas
Vários municípios da região revelaram disponibilidade para acolher alguns dos 1500 refugiados, a maioria sírios, que Portugal vai receber no âmbito do processo de recolocação de mais de 120 mil pessoas por todos os Estados-membros da União Europeia.
Num inquérito de rua em Santarém, a maioria dos entrevistados pelo jornal O MIRANTE concorda com a vinda de refugiados para a região, mas vão dizendo que há portugueses que também precisam de ajuda. Há ainda o receio da entrada de terroristas do Estado Islâmico. Os primeiros refugiados podem começar a chegar já a partir do mês de Outubro. Ana Alves diz que “todos os dias assiste ao sofrimento daquelas crianças pela televisão” e considera que é “urgente ajudar”. Por isso acha bem que os municípios criem condições para “acolher este povo”, mas vai dizendo que há “muitos portugueses que também deviam ser ajudados”.Luís Godinho, enquanto católico praticante e com os valores que defende, diz que “seria incoerente negar auxílio àqueles que mais precisam neste momento”. A vinda de refugiados é aceite mas com algumas reservas, porque “dentro de portas também temos refugiados que não têm onde dormir, não têm o que comer”. Manifesta ainda um receio: “com a vinda dos refugiados podem vir outras ameaças como terroristas do Estado Islâmico”. Mário Rodrigues, 65 anos, outro católico praticante, considera que “a religião incutiu-nos valores que nos levam a ser humanos e justos para com o próximo”, referindo que todos devem “fazer um esforço para aceitar que essas pessoas venham para a nossa região, porque esta é uma questão humanitária urgente”. Quem ainda não pensou muito sobre o assunto foi Manuel Ferreira, 60 anos. Diz que “também há portugueses a necessitar de ajuda, mas se recusarmos acolher o povo sírio isso também não vai resolver os problemas dos portugueses”. Com o envelhecimento da população, a “vinda de sangue novo pode até ser benéfico para o nosso país”, afirma.Jorge Pereira tem acompanhado as notícias mais recentes e diz que este problema “é muito mais grave do que se pensa”, porque “o Estado Islâmico quer invadir a Europa e querem chegar a Portugal e acho que os políticos não estão a levar a sério essa ameaça”. Quanto à questão da vinda dos refugiados têm que ser ajudados mas “com muito controlo para se saber quem entra em Portugal”.Quem está completamente contra a entrada de refugiados é António Amorim, porque “há muitos portugueses que precisam de ajuda”. Compreende as dificuldades de quem foge da guerra e da fome mas acha que primeiro estão os portugueses. “Não temos para nós como vamos ajudar os outros? Primeiro temos que resolver os nossos problemas e só depois ajudar os outros”, afirma.
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