Carta cultural do concelho de Vila Franca de Xira em banho-maria
Município promete agora apresentar o documento numa semana
Entrevista recente de O MIRANTE ao director do grupo Inestética fez reavivar a memória dos políticos para um assunto que andava a vaguear nas secretárias.
Em Abril o vice-presidente de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira (PS), prometeu apresentar em 45 dias uma carta cultural para o concelho mas passados vários meses ainda não há sinal desse documento. A recente entrevista de O MIRANTE ao director do grupo artístico Inestética fez avivar a memória dos políticos para a promessa feita em Abril e o presidente do executivo, Alberto Mesquita (PS), já veio garantir que “ainda esta semana” fará chegar o documento às diferentes forças políticas para análise e discussão. “Quando li a entrevista percebi que esta matéria voltaria a ser tema de discussão”, admitiu. Alberto Mesquita garante que o novo documento, que se assemelha a uma carta cultural, está “praticamente pronto” porque há matérias que exigem “reflexão”. O assunto foi espoletado na última reunião pública do executivo por Rui Rei, da coligação Novo Rumo, que quis saber por que motivo passados mais do que os 45 dias prometidos nenhum documento foi apresentado. “Não aprovaremos mais nenhum programa feito à medida, porque isso é servir objectivos que não servem a cultura. Ou concorrem todos [aos apoios financeiros] em igualdade de circunstâncias ou não estamos de acordo. Somos a favor que a política cultural seja abrangente e que todos possam participar, as castas já acabaram”, criticou.Rui Rei referia-se ao financiamento dos grupos de teatro e ao facto de apenas a companhia Inestética poder ser considerada como companhia profissional no concelho. O autarca lamentou que nos últimos anos “uma companhia tenha ganho 240 mil euros” de financiamento enquanto que os restantes grupos de teatro “apenas receberam 150 mil”.A nova carta cultural visa definir, entre outros, a caracterização dos agentes culturais que existem no concelho e em que áreas culturais (teatro, música, dança, entre outras), apontar para que instrumentos de apoio serão usados, quais as perspectivas futuras bem como a inventariação dos meios existentes. A intenção de produzir a carta surgiu durante a discussão, em Abril último, do estado da política cultural no concelho. Uma discussão também agendada pela Coligação Novo Rumo depois da polémica envolvendo os financiamentos ao grupo de teatro Cegada, de Alverca. O documento poderá ser complementado com os contributos dos vereadores da oposição e pode vir a ser alvo de uma consulta pública.
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