Câmara de Abrantes injecta capital na A. Logos para a salvar da extinção
Assembleia municipal deu luz verde, mas o PSD votou contra
Município vai investir 150 mil euros na associação intermunicipal que gere o laboratório de análise de qualidade de águas, de géneros alimentícios e de alimentos para animais.
A Câmara de Abrantes vai adquirir mais 150 unidades de participação na A. Logos, Associação para o Desenvolvimento, Assessoria e Ensaios Técnicos, pelo valor de 150 mil euros. “É imperioso que esta injecção de capital possa ser feita”, justificou a presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque (PS), na última sessão da assembleia municipal. A autarca explica que a difícil situação financeira em que se encontra a A. Logos (uma associação que envolve vários municípios do Médio Tejo) prende-se com o facto de os clientes do seu laboratório de análises à qualidade das águas e géneros alimentícios serem maioritariamente autarquias: “Alguns municípios têm dificuldade em fazer pagamentos atempadamente e para estruturas pequenas, como esta, faz toda a diferença pagar a 30, a 60 ou a 90 dias e, às vezes, a 300 dias ou mais”. As dívidas à A. Logos ascendem a 80 mil euros.Para a líder da bancada municipal do PSD, Margarida Togtema, o processo levanta várias dúvidas: “Onde está o estudo de viabilidade económica que deverá ter sido feito para sustentar esta revitalização, que mais não é do que um plano de recuperação?”. A eleita social-democrata disse ainda que a A. Logos tem “resultados negativos há vários anos”, estando em causa a sua sustentabilidade. Maria do Céu Albuquerque respondeu que quer tornar essa infraestrutura sustentável e apontou o exemplo dos laboratórios da Covilhã e de Portalegre, que já encerraram. “A nossa tentativa é no sentido de reestruturar a infraestrutura e adaptá-la a este novo tempo, mas mantendo esta valência no nosso território. Este projecto assenta na sustentabilidade que está a ser desenvolvida por parte de uma entidade contratada para o efeito”, afirmou. O plano de reestruturação vai incluir “uma redistribuição de tarefas”, sem despedimentos mas com contratos sem renovação. E, sobretudo, vai incidir na procura de novos clientes. “Relativamente àquilo em que estamos a trabalhar, ainda não há contratos firmados, há um conjunto de iniciativas que estão a ser criadas para entrarmos noutro tipo de trabalho, nomeadamente em trabalho de investigação com parceiros espanhóis ligados ao Tejo, para nos podermos candidatar a fundos comunitários”, disse a presidente da câmara.Inaugurado em Abril de 2004, o laboratório da A. Logos é um dos equipamentos do Tagus Valley - Tecnopolo do Vale do Tejo, em Abrantes. O seu trabalho consiste na análise de qualidade de águas de abastecimento, residuais e piscinas, de géneros alimentícios e de alimentos para animais. Resultou de um investimento de 800 mil euros, financiado pelo Programa Operacional da Região de Lisboa e Vale do Tejo (PORLVT), em 50 por cento, e pelas câmaras de Abrantes, Mação e Constância.Maria do Céu Albuquerque, que já dirigiu a A. Logos antes de ser presidente de câmara, admite que “todos os cenários são possíveis” e que “a extinção do laboratório pode estar em cima da mesa”. Com a aprovação do apoio financeiro pela assembleia municipal, com os votos contra do PSD, esse cenário está, para já, afastado.
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