28º Aniversário | 18-11-2015 11:47

“Se queremos estar na vanguarda temos que estar bem informados”

Fale-nos da sua vida profissional. A EPRM – Escola Profissional de Rio Maior tem centrado o essencial da sua ação na formação de quadros técnicos intermédios (nível IV). Graças a uma estratégia que assenta na oferta, aos jovens, de formação de qualidade, a Escola viu a sua população estudantil de 190 alunos em 2010, para mais de 300 em 2015, o que corresponde a um aumento superior a 63%. Estes resultados são tanto mais notáveis, quando se alcançam num tempo em que o nosso país está perante um conhecido desafio demográfico: a população juvenil é cada vez mais escassa, sendo esta, por isso, alvo de uma disputa cada vez mais feroz por parte dos operadores de ensino.A política delineada pela Direcção e Conselho de Gerência da Escola tem passado pelo esforço incessante de credibilização do Ensino Profissional. A primeira razão para o sucesso alcançado, provavelmente a mais importante, reside no facto de a oferta formativa da EPRM partir de um efetivo levantamento de necessidades junto do mercado de trabalho. Assim, a Oferta Formativa para determinado ano lectivo começa a ser estruturada com quase um ano de antecedência, sendo ouvidos os diversos stakeholders, desde empresas, alunos do 9º ano de escolaridade e respectivas famílias. Este processo culmina com a constituição de um Conselho Consultivo, órgão onde têm assento as forças vivas da região, assim como um leque alargado de empresas representativas do tecido empresarial da região em que Rio Maior se insere.Outro dos pilares do desenvolvimento do Projeto Educativo da EPRM tem passado pelo estabelecimento de pontes com empresas/entidades de dimensão regional, nacional e até internacional, sempre com o intuito de aumentar a qualidade da formação ministrada na Escola. Estas parcerias são um garante da qualidade da formação e qualificação ministrada pela EPRM. Diria mesmo: o know-how que adquirimos com estas inúmeras parcerias torna mais sólidas as competências que aqui ministramos, logo mais competitivos os diplomas dos nossos alunos.Recentemente era notícia um estudo apresentado durante a conferência “O trabalho e o emprego em Portugal”, organizada pela Associação Cristã de Empresários e Gestores, que concluiu que “Três em cada 10 empresas não encontram quem precisam para as vagas que têm”, o que significa que a oferta das escolas está muitas vezes desajustada das necessidades que o mercado de trabalho procura. Em contraciclo com esta realidade, na EPRM, a empregabilidade referente ao último ciclo de formação situa-se acima dos 90%. Estes números são tanto mais surpreendentes, quando vivemos num momento em que cerca de 35% dos jovens portugueses não têm emprego.No entanto, procuramos não nos focar apenas na formação profissional. Ao invés, a ação da EPRM centra-se na formação integral do indivíduo, educando para que os jovens que nos procuram sejam capazes de vir a exercer uma cidadania adulta e responsável, isto é, procuramos fomentar uma educação inclusiva e potenciadora da tolerância e do pensamento crítico. Procuramos fazê-lo promovendo as chamadas soft skills e iniciativas open mind, certos de que as empresas cada vez mais procuram colaboradores cujo currículo não se cinja meramente à vertente académica. Certos de que as empresas, hoje, valorizam muito o trabalho em equipa, a capacidade de resolver problemas do quotidiano, a maturidade, a responsabilidade, a capacidade de se expor em público, entre outros, promovemos diversas atividades que, esperamos, desenvolvam este tipo de características. Portanto, procuramos também cultivar o “Saber Estar” e o “Saber Ser”.Não poderia deixar de dizer que a EPRM não está apenas focada na qualificação orientada para o mercado de trabalho, tendo também a preocupação de não fechar a porta àqueles que optam por seguir para o Ensino Superior. Estamos até convictos de que o “Saber Fazer”, tão característico do Ensino Profissional será uma boa base para quem pretenda prosseguir estudos. Liderar este projeto é, para mim, um privilégio e uma honra. Considero ser uma missão, esta que me permite estar ao abrigo dos jovens, alargando-lhes horizontes e colocando a seus pés o caminho do futuro, um futuro que se quer que seja de sucesso. Assessorado pelos meus colaboradores, trabalhamos arduamente para mudar mentalidades, na esperança de contribuirmos para a concepção de cidadãos mais evoluídos, capazes de exercerem uma cidadania adulta e responsável cooperando, em última instância, para um Portugal melhor. Sou, portanto, feliz com aquilo que faço! Sinto-me realizado!Comente a situação actual do país onde vive e da sua região em particular. O nosso país vive, atualmente, um cenário inimaginável, até há bem pouco tempo, para a maioria dos portugueses. Inevitavelmente, esse cenário terá consequências para todos nós, que serão ainda imprevisíveis. O meu desejo, muito sincero, é que o futuro seja bem mais risonho para a generalidade dos portugueses, que bem o merecem, depois das provações porque têm passado nos últimos anos. Quem gostaria de ser se não fosse quem é? Se não fosse quem sou, gostaria de ser alguém da envergadura de Nelson Mandela, que considero ter sido o último grande líder que o mundo viu. Foi um homem notável! Após 27 anos preso foi libertado e impediu os seus de lincharem a casta que o tinha mantido no cárcere. Soube perdoar e liderar um país. Provavelmente, graças à sua liderança e à propensão para cultivar a paz, a concórdia entre os povos, a sua África do Sul natal é hoje a maior potência africana. Faltam, hoje, no mundo, líderes como Nelson Mandela! Se assim não fosse, estou certo que teríamos hoje um mundo muito mais justo, solidário e seguro, valores que muito preservo. Ler jornais é saber mais? é fundamental para nos mantermos actualizados. Se queremos estar na vanguarda, temos que estar bem informados.O Facebook e as outras redes sociais melhoraram a sua vida? Tenho conseguido sobreviver sem Facebook. Prezo muito a minha privacidade! E a da minha família. Ainda sou daqueles que privilegia a amizade física, em detrimento da virtual. Não sinto falta! Sou um amante de uma boa conversa entre amigos, de preferência à volta da mesa, à boa maneira portuguesa. Claro que, numa época em que a comunicação é determinante para o sucesso das organizações, a organização que lidero, faz uma forte aposta na comunicação, não descurando, obviamente, o Facebook. Não basta fazer bem ou ter o melhor produto do mundo, é preciso promovê-lo, dá-lo a conhecer aos potenciais clientes. Como é um dia bem passado? é um dia passado na companhia da família e dos amigos, o que mais prezo. A amizade não é uma palavra vã! Por isso, cultivo-a sempre que posso. Também prezo muito a minha mãe, a minha esposa e as minhas três lindas filhas.

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