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Inequívoco Serafim das Neves

Caiu o Carmo e a Trindade, como costumava dizer a minha avó, porque o Correio da Manhã chamou cega a uma cega e cigano a um cigano. Não sei se os que se queixaram aos muitos organismos criados para defender a lei e os bons costumes na imprensa, queriam que o tratamento fosse mais respeitoso. A senhora cega e o senhor cigano, por exemplo. Afinal os visados são membros do Governo. Eu, por exemplo, chamo-me Manuel Serra d’Aire e as pessoas estão sempre a enganar-se, principalmente quando não gostam do que escrevo. Chamam-me cabrão, filho da puta, paneleiro de merda, fascista, palhaço e outras coisas do género. Eu não me queixo e muito menos me queixaria à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), essa fantástica instituição que defende os inocentes cidadãos contra os excessos da liberdade de imprensa e que até já teve como presidente um senhor chamado Azeredo Lopes que vai continuar a defender o povo mas agora como ministro da Defesa.Não me queixo, porque prezo muito a liberdade de expressão. Se alguém me quer chamar camelo porque não o pode fazer? Eu não tenho bossas nem pelo mas reconheço que às vezes bebo demais. Se a pessoa que me compara ao pacífico animal está a precisar de óculos ou de uma consulta de psiquiatria e se resolve o problema com uma ida à caixa de comentários do jornal, mesmo que não dê descarga ao autoclismo depois de fazer as suas necessidades, porque raio hei-de ser desmancha prazeres?Como bem te lembras houve um senhor das agriculturas que agora quer ser presidente do Sporting, que nos meteu em tribunal por gozarmos com os seus suspensórios. Depois desse episódio e uma vez que fomos absolvidos, fiquei a pensar que um bom cinturão com fivela de aço é sempre melhor que uns suspensóriozecos. Principalmente se o objectivo a atingir for algum ego inflamado. Só não percebi porque é que o tal queixoso, cujo nome me fazia lembrar as derrocadas sazonais nas barreiras de Santarém, usava suspensórios vermelhos embora fosse do Sporting. Seria daltónico?Serafim amigo...camarada e companheiro, temos que ser tolerantes sem deixarmos de ser quem somos. Se os preços de artigos de primeira necessidade sobem porque não há-de subir o preço da liberdade de expressão? Levarmos com um processo em cima por escrevermos que o político mentiu em vez de escrevermos que ele disse uma inverdade, pode ser chato mas o que seria esta nossa vida sem um pouco de tempero...ou mesmo destempero?! E há o factor risco como explicam os especialistas em investimentos. Um tipo pode passar meses a elogiar a beleza de uma mulher sem conseguir o que quer e descobrir que ela acabou por se render ao tipo que lhe disse que ela era boa como o milho.O Politécnico de Santarém vai abrir mais cursos com aulas em inglês. Dizem os responsáveis que é atrair alunos estrangeiros. Eu cá por mim acho que eles não estão a ver bem o alcance de tal decisão. Estrangeiros não acredito que venham muitos mas com aulas em inglês, de certeza que vão ter mais matrículas de portugueses. Basta ouvir a malta nova a falar no dia-a-dia e ver os nomes de empresas e produtos nacionais para perceber que o português deve ser das línguas menos faladas em Portugal.Numa reunião em Vila Franca de Xira sobre a navegabilidade do Tejo, um dos intervenientes disse que o problema do rio é conversa a mais e acção a menos. O autor da reportagem não explicou se depois daquela declaração os congressistas foram todos desassorear o Tejo ou limpar-lhe as margens mas presumo que sim. Quando toca a trabalhar é certo e sabido que o português até vai aos saltos...Saudações pragmáticas Manuel. Serra d’Aire

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