Problemas na Estrada da Estação continuam a alimentar discussão
Via foi remodelada e reabriu há menos de um ano mas não convence
Supressão de lugares para paragem de automóveis que vão largar ou buscar passageiros à estação ferroviária de Santarém leva a que muita gente pare na faixa de rodagem. Situação cria dificuldades na circulação rodoviária, sobretudo nas horas de ponta, numa via que é hoje a única ligação entre Santarém e a ponte D. Luís.
As obras na renovada Estrada da Estação, em Santarém, já ficaram concluídas há quase um ano mas continuam a dar que falar e a ser objecto de reparos por parte da oposição, que critica sobretudo a falta de lugares para paragem de automóveis junto à estação ferroviária de quem vai deixar ou buscar passageiros dos comboios. Esse problema faz-se notar sobretudo nas horas de ponta, de manhã e final da tarde, causando grandes constrangimentos na circulação rodoviária nessa zona.Recorde-se que a Estrada da Estação é, actualmente, a única ligação para quem quer dirigir-se de Santarém para a margem sul do Tejo pela ponte Dom Luís, após o encerramento ao trânsito do troço da Estrada Nacional 114 entre Santarém e a Ribeira de Santarém, em Agosto de 2014, devido ao deslizamento de terras na encosta de Santa Margarida.Na última reunião do executivo da Câmara de Santarém, a vereadora Idália Serrão (PS) disse que “é impossível circular com segurança junto à estação nas horas de ponta”, sublinhando os transtornos que o actual cenário causa aos taxistas que ali têm praça, aos motoristas dos autocarros, que se vêem em palpos de aranha para fazer manobras, e a quem ali vai buscar ou levar pessoas. Idália Serrão desafiou o presidente da câmara, Ricardo Gonçalves (PSD), a deslocar-se à estação de manhã ou à noite para avaliar a situação no terreno. “É desesperante. É inadmissível que não haja lugares para largar pessoas e bagagens. É inadmissível que tenha sido feito um investimento público e a mobilidade ainda tenha ficado pior”, disse.O vereador da CDU Francisco Madeira Lopes reforçou as observações dizendo que parece claro haver ali “uma falha de concepção”, nomeadamente ao nível da sinalética e do aproveitamento dos espaços que marginam a via.O presidente da câmara, Ricardo Gonçalves, reconheceu a existência de problemas ao nível da fluidez do trânsito e afirmou que enquanto a EN 144 não reabrir é difícil inverter a situação. Disse que tem havido contactos com a Infraestruturas de Portugal sobre obras a efectuar por essa empresa pública na estação e que vão tentar conciliar essa intervenção com algumas alterações que possam ser feitas na estrada.O vereador do Urbanismo, Luís Farinha (PSD), acrescentou que se deve tentar mitigar esses problemas mas que é difícil criar melhores condições para a circulação rodoviária na zona sem se mexer no actual traçado ferroviário, dizendo que a Câmara de Santarém deve trabalhar nesse sentido junto do Governo.A empreitada da Estrada da Estação custou cerca de 1,2 milhões de euros e ficou concluída em 19 de Dezembro de 2014 mas a intervenção não deixou convencidos muitos utentes que nela circulam. Os taxistas vêem com frequência os seus lugares ocupados ou bloqueados por automobilistas que ali vão largar ou buscar alguém e os autocarros também têm dificuldade em fazer as manobras de inversão de marcha junto à entrada da estação. Tudo porque não há espaços para breves paragens e muitos automobilistas param na faixa de rodagem. A alternativa é o parque que fica do lado sul da linha, que obriga à travessia de uma passagem de nível que está fechada com frequência. O que acaba por dissuadir a sua utilização.
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