uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

António Gameiro “apanhado” em escutas telefónicas da Operação Marquês

Presidente da distrital do PS de Santarém diz estar de consciência tranquila

Em Abril deste ano António Gameiro foi condenado por ter ficado com 45 mil euros da venda de um apartamento de uma emigrante na Austrália, da qual era advogado. Sentença da qual entretanto recorreu. O caso tem contornos quase anedóticos como a do advogado e deputado ter viajado até à Austrália com uma pasta com dinheiro para, alegadamente, fazer contas com a cliente.

O presidente da distrital do Partido Socialista de Santarém, António Gameiro, foi apanhado em escutas telefónicas no âmbito da Operação Marquês. Segundo o jornal Diário de Notícias (DN) foram várias escutas telefónicas relacionadas com o processo que levaram a novas suspeitas de corrupção em Angola. Ao que tudo indica, as conversas envolviam Carlos Santos Silva, amigo de José Sócrates, Joaquim Paulo Conceição, administrador executivo do Grupo Lena, António Gameiro, deputado do PS, e o cidadão angolano Delfim Albuquerque. A Autoridade Tributária acredita que o angolano é um intermediário no pagamento de comissões para adjudicação de obras ao grupo Lena no país.De acordo com o DN, António Gameiro parece “conhecer a actuação” de Delfim Albuquerque. Numa conversa entre o presidente da distrital do PS e Carlos Santos Silva, ambos falam sobre Albuquerque com Santos Silva a contar a Gameiro que já tinha feito outro depósito ao intermediário. A esta informação o deputado respondeu com uma pergunta: “Outro?”. Santos Silva acaba, no entanto, por dizer que o angolano já tinha recebido muito dinheiro. Ao DN, António Gameiro admitiu que conhece tanto Santos Silva como Delfim Albuquerque, mas nega conhecer as actividades do angolano. Estas novas suspeitas já estão a ser investigadas num processo autónomo.António Gameiro reagiu a esta notícia na sua página da rede social Facebook assumindo ter ficado “pasmo” com uma notícia que afirma ter falado ao telefone com dois amigos. “Tenho a certeza e a consciência de que não cometi nenhum crime, nem a falar com eles, nem de outra natureza. Estou totalmente disponível para esclarecer todos os factos, circunstâncias e os meus conhecimentos. A minha vida é pública e é um livro fácil de ler e sempre à disposição da Justiça para apurar a verdade. Sou impoluto e assim serei o resto da minha vida”, escreveu.Recentemente O MIRANTE deu conta, na secção Cavaleiro Andante, que António Gameiro esteve em Angola na Procuradoria Geral deste país a trabalhar com os Procuradores da República em criminologia e em investigação criminal com Francisco Moita Flores, ex-presidente da Câmara de Santarém.Em Abril deste ano (ver edição O MIRANTE 16 Abril 2015) António Gameiro, foi condenado por ter ficado com 45 mil euros da venda de um apartamento de uma emigrante na Austrália, da qual era advogado. Sentença da qual entretanto recorreu. A juíza da Instância Central Cível do Tribunal da Comarca de Santarém, Cristina Almeida e Sousa, deu como provado que Gameiro tinha uma procuração de Odete Pascoal que lhe dava poderes para tratar do negócio, que este fez a escritura e que, pelo que se concluiu em julgamento, o montante não foi entregue à proprietária do imóvel. Por isso a juíza condenou-o a entregar o valor mais juros até integral pagamento. O caso tem contornos quase anedóticos como a do advogado e deputado ter viajado até à Austrália com uma pasta com dinheiro para, alegadamente, fazer contas com a cliente.

Mais Notícias

    A carregar...