Material que estava há anos numa lista do Museu Nacional Ferroviário do Entroncamento como sendo importante para preservação tem vindo a ser vendido para sucata. O assunto tem sido denunciado sem qualquer resultado prático por pessoas interessadas pelo assunto, associações de amigos do caminho de ferro e pelo site webrails.tv.Este último divulgou no início do mês que contactou a Fundação Museu Nacional Ferroviário (FMNF), cujo presidente é o antigo presidente da Câmara do Entroncamento, Jaime Ramos (PSD), para obter informações sobre o assunto mas que não obteve qualquer resposta. No entanto, foi-lhe explicado por fonte da CP que a decisão de vender para sucata material estacionado no Entroncamento, que estava inicialmente destinado a ser preservado, foi tomada após conversações entre a empresa e o Museu.“(...) a FMNF foi, como é hábito, consultada tendo havido um processo iteractivo entre ambas as entidades até se chegar à posição definitiva, a qual se encontra agora em concurso público”, pode ler-se na resposta da CP que é reproduzida no site.Acompanho há anos estes assuntos relacionados com o Museu Nacional Ferroviário e com algum desgosto assisto a situações destas. Lembro-me que O MIRANTE publicou, várias vezes, uma delas em Dezembro de 2008, fotos do material que estava destinado ao Museu, estacionado junto ao Bairro Camões, a degradar-se de ano para ano sem que nada fosse feito.Perante tudo isto só se pode concluir que a Fundação Museu Nacional Ferroviário é inoperante e até deve estar satisfeita com o envio para a sucata de material com interesse museológico. Livra-se de dores de cabeça e despesas mas não se livra da responsabilidade de deixar destruir parte da nossa memória ferroviária e de manter um estranho silêncio sobre o assunto. E quem cala consente!João Filipe Silvestre