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Mecânico criou um museu de automóveis em miniatura

Mecânico criou um museu de automóveis em miniatura

São mais de mil os exemplares que Rui Teixeira tem em exposição. O Museu Didáctico do Automóvel em Miniatura está aberto todos os domingos à tarde numa das salas de um antigo jardim-de-infância que foi cedida à Associação de Jovens de Assentiz.

“Há quem tenha o vício do tabaco, eu tenho este”, diz Rui Teixeira durante a visita guiada que proporcionou a O MIRANTE na sala onde se encontra o Museu Didáctico do Automóvel em Miniatura, criado com a sua colecção. No antigo jardim-de-infância de Assentiz, no concelho de Rio Maior, estão estacionados carros antigos, de rali, táxis, camiões, blindados, vespas e carros de socorro, que em breve terão a companhia de helicópteros e aviões também em miniatura.
O mecânico vive em Assentiz e é dono de um espólio com 1.150 miniaturas de automóveis. Rui Teixeira nasceu há 50 anos em Angola e revela que o “bichinho” pelas miniaturas de automóveis só começou aos 20 anos como extensão da sua profissão. “Tenho colegas que gastam o dinheiro em ralis, em perícias ou na modificação de veículos, mas eu não teria espaço para esses carros a estragarem-se à chuva e ao sol. E comecei a dedicar-me a isto”, diz o coleccionador que recorre a feiras, velharias e às editoras Planeta DeAgostini, Altaya e outras para aumentar a sua frota.
A ideia de criar um museu surgiu de Rui Teixeira, que a propôs à antiga presidente da Associação de Jovens de Assentiz - JuvAz, Diana Raimundo. “As peças estavam numas caixas de papelão guardadas na minha oficina e falei com a Diana e ela disse que era viável”. Porém impôs uma condição: “tinham de existir vitrinas seladas por causa do pó e porque os objectos estragam-se rapidamente”.
A JuvAz concorreu a um apoio do Instituto Português da Juventude e obteve fundos para a constituição do museu, entre reparações, pinturas e vitrinas. O resto do financiamento vem de patrocínios conseguidos junto de colegas de profissão e com as entradas “simbólicas” que atenuam as despesas. Para crianças até aos três anos a entrada é gratuita, dos 4 aos 12 anos custa um euro e para pessoas com mais de 13 anos custa dois euros.
O museu abriu em Setembro e o actual presidente da JuvVaz continua a apostar na ideia. João Sabino, 20 anos, tem constatado a muita procura do local com 50% de crianças e 50% de adultos, com nos diz. O espaço oferece ainda uma biblioteca e uma videoteca com “tudo à volta das quatro rodas”, acrescenta. No museu há ainda um espaço para os mais novos com brinquedos.
Este é um museu que vive do boca-a-boca e um dos próximos passos passa por abrir o museu às visitas de estudo escolares, uma vez que o espaço só abre aos domingos das 14h30 às 18h30.

Há carros que podem ultrapassar os 300 euros
O espólio é cuidado e limpo pela JuvAz e por Rui Teixeira que se dedica também às reparações minuciosas numa oficina que se encontra na sala ao lado do museu. É aí que procura as soluções para as miniaturas, pintando-as e usando peças de carros já estragados ou adaptando outros objectos de plástico que arranja.
Os carros expostos vão dos 15 aos 40 euros, mas há carros antigos que “ultrapassam em muito os 100, 200 ou 300 euros”, afirma Rui Teixeira. “As pessoas que os têm pedem muito dinheiro e só com 300 euros eu era capaz de comprar meia dúzia e completar algumas colecções”, acrescenta. Por isso, o museu está aberto a doações e empréstimos.
Para além do desejo de fazer crescer o espólio já houve propostas para mudar a sua localização, mas tal não vai acontecer. “Já me propuseram colocar esta exposição em Rio Maior, em Santarém ou no Cartaxo, mas não posso andar com isto ao colo porque podem surgir riscos e peças partidas, e as reparações são difíceis”, sublinha Rui Teixeira.

Mecânico criou um museu de automóveis em miniatura

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