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Um ginásio à beira do Tejo em Alhandra

Um ginásio à beira do Tejo em Alhandra

Quem quiser fazer exercício ao ar livre tem vários aparelhos à disposição e de borla. Utilizadores deixam críticas ao estado de alguns equipamentos mas reconhecem a utilidade do espaço, que tem muitos frequentadores habituais.

São 17h00 e José Cruz está novamente a fazer exercício no ginásio ao ar livre de Alhandra. Situado na zona ribeirinha que liga Alhandra a Vila Franca de Xira, o ginásio tem oito aparelhos que são usados diariamente, não só por José mas por várias pessoas que ali passam, seja para fazer caminhadas, seja para esticar os músculos. Contudo alguns aparelhos apresentam sinais de desgaste e um deles está mesmo destruído. “Desde que isto abriu que venho todos os dias, mas há uma certa falta de manutenção dos aparelhos, deveriam renovar estas máquinas estragadas”, refere José Cruz, de 74 anos.
Natural de Sernancelhe (distrito de Viseu), José Cruz chegou a Alhandra na década de 1960. Apesar de os médicos o aconselharem a não fazer esforços devido a um enfarte, não liga às recomendações e mantém a prática do exercício sempre que pode. “Já só me resta aguentar, custa-me mais andar do que vir para aqui fazer exercício”, conta. Diz que essa é uma rotina diária e que por vezes traz as netas com ele.
Haled Malik chegou do Paquistão a Portugal em 1977. Viveu sempre do trabalho na agricultura e agora com 78 anos vê no ginásio da zona ribeirinha da vila um espaço de meditação. “Venho aqui para reflectir, preciso de duas horas de introspecção, para resolver os problemas com os meus botões”, afirma o emigrante residente em Alhandra.
Sentado num aparelho onde puxa pelos braços, Malik diz que o exercício é uma prática habitual do seu dia-a-dia. “Se não faço exercício fico meio morto”, indica. Não se importa com o desgaste dos aparelhos e assume que para ele estão sempre bons.

“As máquinas reflectem o cuidado que as pessoas lhes dão”
Acompanhado pela mulher está José Alexandre, de 66 anos. Residente em Vila Franca de Xira procura fazer caminhadas no passeio ribeirinho pelo menos duas a três vezes por semana. Também aponta para o aparelho caído no chão, mas indica que de momento não estorva o treino. “Está um bocadinho pobre, há alguns aparelhos a precisar de manutenção, mas de resto está dentro do essencial para o exercício”, indica.
A mulher, Maria Teresa, acompanha-o sempre que pode e também refere que se deviam dar outros cuidados aos aparelhos. “Por vezes há pessoas que não os estimam bem. As máquinas reflectem o cuidado que as pessoas lhes dão, mas para aquilo que fazemos chega-nos bem”, refere a senhora de 64 anos.
João Maria, de 32 anos, prepara-se para emigrar para Bruxelas (Bélgica). O designer gráfico segue à procura de trabalho que não encontra em Portugal. Por enquanto vai aproveitando o espaço ribeirinho para fazer exercício ao sol de Portugal. “Faltam um ou dois equipamentos que não custava nada ter aqui, mas no geral é óptimo. Os aparelhos são robustos e cumprem a função para que foram pensados”, confessa o futuro emigrante.
“Este espaço é óptimo, desde que foi construído, está minimamente arranjado e é útil. Ainda agora desbastaram os caniços do lado da linha férrea e neste momento ao correr sente-se um perfume diferente ao longo da zona ribeirinha”, diz o residente em Vila Franca de Xira.

Um ginásio à beira do Tejo em Alhandra

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