Na praia fluvial do Carvoeiro, no concelho de Mação, respira-se ar puro e vive-se uma tranquilidade apenas quebrada ocasionalmente pelo ruído do rádio do bar, pelos risos ou pelo chapinhar das crianças na água. Rodeada por uma natureza exuberante, onde predomina o verde e o aroma do pinhal, esta praia é o ex-libris da freguesia do Carvoeiro e conquistou pelo décimo ano consecutivo a Bandeira Azul.
Foi num dia de muito calor que
O MIRANTE visitou o local que recebe visitantes de vários pontos da região e do país. Sancho Silva trouxe um autocarro com 30 pessoas da Benedita, distrito de Leiria, para um piquenique e para celebrar o aniversário da filha. Disseram-lhe que era um bom sítio e, por curiosidade, foi confirmar. A jogar cartas com os amigos, Sancho Silva diz que é um sítio “fixe” e mostra que “o nosso país é muito bom”. Paulo Silva reforça, destacando a segurança e as boas condições do espaço: “Tem ali vigia e uma assistente a fazer limpeza, está muito bom. Vêem-se poucos sítios assim”.
O silêncio e o sossego que ali se fazia sentir é quebrado pelo ruído de algumas motos provenientes de uma concentração, inserida na Feira Mostra de Mação. Ali estacionaram os veículos para se refrescaram. Deram uns bons mergulhos e nem foi preciso tirar a roupa.
A praia fluvial do Carvoeiro está equipada por um bar, uma zona de grelhadores, uma piscina para os mais pequenos e outra com maior profundidade para os maiores. Tem um bar, é vigiada e está equipada com uma cadeira especial para que as pessoas com dificuldades motoras possam ir a banhos. Essa é uma das suas mais valias como destaca o nadador salvador Ricardo Murteira, que garante a segurança da praia há 9 anos. Não é uma praia difícil de vigiar e onde aconteçam muitos problemas, isto muito pelo esforço feito pelo nadador-salvador na área da prevenção.
José Gonçalves veio pela primeira vez à praia do Carvoeiro. É de Torres Novas e já tinha ouvido falar do local através de amigos, tendo também pesquisado informação na Internet. Mostrou-se impressionado e já decidiu que vai voltar mais vezes apesar de ficar tão longe para ele como o mar. “É espectacular, é bonita e o ambiente é agradável”, considera.
Cristina Novo brinca na água com a filha. Veio de Azambuja mas tem familiares na zona e frequenta várias vezes a praia: “É boa, para os miúdos, tem sombras, gosto deste tipo de ambiente, é uma boa praia e ter bandeira azul dá mais confiança e andamos mais à vontade”. António Gonçalves, de Abrantes, tem opinião semelhante: “É muito boa em tudo, tem relva, areia, grelhadores, bons acessos e a água é boa”.
Orgulhoso pela sua praia está Bruno Matos, nascido e criado no Carvoeiro. Explora o bar da praia há cerca de um ano meio e sublinha a importância daquele espaço para a sua terra. Destaca que as melhores qualidades da praia são a paisagem, o espaço, a água. “Isto é maravilhoso para quem queira aproveitar”, realça.

Um pequeno paraíso na albufeira de Castelo do Bode
No Verão a pequena Aldeia do Mato agita-se com a vinda de muitas pessoas que procuram refrescar-se nas águas do rio Zêzere, na albufeira de Castelo do Bode. João Tiago, do Entroncamento, vai muitas vezes aquela praia fluvial do concelho de Abrantes por ter “um bom clima e um bom ambiente”.
A praia está dotada de infraestruturas de apoio que incluem piscinas flutuantes, um parque de campismo e oferece condições para a prática de desportos náuticos, como remo, canoagem ou wakeboard com a instalação de um cable park. O local é procurado por muitas pessoas da região mas também atrai pessoas de vários pontos de país e até alguns estrangeiros.
Da Marinha Grande, Paula Silva veio pela primeira vez à praia fluvial por recomendação de alguém da região. “É uma coisa fora do vulgar, normalmente as pessoas vão só para a praia”, refere destacando a piscina flutuante que nunca tinha visto. Essa é uma das mais-valias apontadas pelos banhistas a O MIRANTE. É segura e o local ideal para as brincadeiras das crianças.
João Parracho veio da Chamusca e trouxe consigo o filho de 12 anos com alguns amigos. “É um sítio muito agradável para eles estarem, podem brincar, estar à vontade, há condições de segurança”. Os nadadores salvadores são os responsáveis por garantir que os banhistas estejam em segurança. Sempre atento à plataforma está João Maia que começou o trabalho apenas há um dia. Aconselha aos banhistas que não se aventurem muito e tomem medidas de precaução. Nota que as pessoas não se têm aventurado muito nas águas, talvez devido ao caso do jovem que morreu afogado ali há pouco tempo, embora isso tenha acontecido numa altura em que não havia vigilância.
A praia fluvial de Aldeia do Mato conquistou este ano pelo sexto ano consecutivo a Bandeira Azul que a distingue pela sua qualidade ambiental e praia acessível e impõe condições rígidas em matéria da qualidade da água, informação e educação ambiental, gestão ambiental e equipamentos.
A Bandeira Azul não é um factor decisivo para a ida dos banhistas àquela praia e muitos desconhecem mesmo esse estatuto. “Não é o mais relevante, nós fazemos a nossa própria avaliação pessoal”, refere João Parracho.
Alguns banhistas dizem que a zona envolvente podia ser melhorada, há falta de rede móvel e podia haver mais animação. “Devia ter escorregas, mais plataformas, um restaurante e o bar podia estar aberto à noite, pois é um local muito agradável”, diz Ana Catarina Oliveira.
Não há muito muitas críticas a apontar à praia fluvial. “Este ano estou fascinada com isto, está linda, tem melhorado muito”, diz Anabela Moreira, que faz questão de referir que a divulga ao máximo possível: “Cada vez que podemos trazemos cá amigos, é bastante divulgada por nós em Lisboa”.
Ernesto Damião explora o Bar Cabanas do Rio desde 2009. Refere que a praia tem vindo a ter um bom desenvolvimento ao longo dos anos fruto do investimento que ali tem sido realizado: “Temos conseguido que esta praia seja um destino das pessoas ao redor de Abrantes”. E destaca as qualidades da praia: “para além da qualidade é das praias fluviais do país com a água mais quente”.
Uma das maiores necessidades que Ernesto Damião destaca prende-se com os acessos, que podiam ser melhorados, arranjando a estrada que vai até Martinchel e que evita que os banhistas atravessem o interior da pequena Aldeia do Mato e incomode a sua pacatez.