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Fez-se justiça a Vila Nova da Rainha como berço da aviação militar nacional

Fez-se justiça a Vila Nova da Rainha como berço da aviação militar nacional

Presidente da República inaugurou monumento alusivo. Foi na pacata localidade do concelho de Azambuja que a nossa força aérea começou a ganhar asas, há precisamente cem anos. Um facto que era desconhecido para muitos habitantes até há pouco tempo.

Vila Nova da Rainha viu ser finalmente reconhecido o seu estatuto de berço da aviação militar portuguesa. O monumento e o “sítio histórico” inaugurados no domingo, 17 de Julho, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vão permitir às gerações vindouras saber que foi daquela pacata localidade ribatejana do concelho de Azambuja que, em 1916, a nossa força aérea começou a ganhar asas para voar. Um facto até agora desconhecido de muitos habitantes locais e que não tinha referências visíveis na terra.
“Nasci cá e não sabia disso até há umas semanas atrás, quando vi o panfleto da comemorações. Acho muito bem que tenham colocado agora este monumento que é muito importante para vila”, afirmou a
O MIRANTE Maria Silva, 53 anos. No mesmo tom pronunciou-se João Sousa, 42 anos: “Fico contente pela inauguração deste monumento na terra que escolhi para morar. Desconhecia, porque nunca vi nada sobre isto”.
No meio da população que assistia à inauguração sob um sol abrasador,
O MIRANTE conseguiu descobrir um popular que sabia do passado aeronáutico da terra que o viu nascer e onde mora há 68 anos. “Nunca houve nenhum monumento aqui alusivo a isto”, confirma Cláudio Mota, “mas o meu pai e o meu avô diziam-me sempre que tinham saído de cá o Gago Coutinho e o Sacadura Cabral”.
Cláudio Mota apontou-nos ainda para os campos onde estiveram, entre 1914 e 1920, a escola de aeronáutica e o quartel, onde agora está o “sítio histórico” do berço da aviação militar e confessa que é com orgulho que vê o perpetuar da memória com o avião instalado à entrada da vila.
A O MIRANTE, o presidente da junta de freguesia afirmou que há muito tempo que estava a “fazer tudo” juntamente com a Força Aérea para ter um monumento alusivo a esse capítulo do passado de Vila Nova da Rainha. Joaquim Oliveira confirmou a inexistência de qualquer referência física à história da aviação militar na localidade e tem a consciência que só os mais velhos é que poderiam saber que houve uma escola e uma pista a pouco mais 300 metros do local onde está agora o imponente monumento.
No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa recordou três figuras que se “entregaram com dedicação e espírito de aventura à causa aeronáutica” - Bartolomeu de Gusmão, Sacadura Cabral e Gago Coutinho - e prestou uma homenagem aos três militares da Força Aérea que faleceram no dia 11 de Julho num treino na base aérea do Montijo.
Na cerimónia discursaram ainda o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Manuel Teixeira Rolo, e o presidente do município de Azambuja, Luís de Sousa. A criação da aviação militar nacional data de 14 de Maio de 1914 e o primeiro voo militar em Portugal realizou-se a 17 de Julho de 1916,, mas a população de Vila Nova da Rainha estava alheada desses acontecimentos.

Fez-se justiça a Vila Nova da Rainha como berço da aviação militar nacional

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