Complexo aquático enche todos os dias durante o Verão
Espaço municipal recebe cerca de duas mil pessoas por dia a maioria vindas de fora do concelho de Santarém. Há quem ande mais de uma centena de quilómetros na estrada para se refrescar mas são poucos os que aproveitam a viagem para também ir conhecer a cidade e os seus monumentos.
São sobretudo da grande Lisboa e região Oeste os muitos visitantes que todos os dias procuram o complexo aquático municipal de Santarém para se refrescarem nestes dias de Verão. Basta olhar para o parque de estacionamento do recinto, onde abundam os autocarros, para se perceber que são muitos os forasteiros que por ali passam diariamente, muitos deles vindos das proximidades do mar. Um fluxo pelo qual não se dá no centro da cidade, a cerca de três quilómetros do espaço.
Na zona dos chapéus-de-sol encontramos Joana Sottomayor, 36 anos. Vinda de Sintra, diz que vem ao complexo já há alguns anos, tendo sabido da sua existência através de amigos, mas ainda não teve a curiosidade de ir conhecer a cidade e os seus monumentos. “Em Sintra não temos piscinas nem nada parecido com este complexo e no Verão saltamos entre praia e piscina”, refere.
Alguns metros acima na zona de relva, encontra-se um grupo de sete jovens que trocou as praias de Peniche pelas piscinas de Santarém, fazendo o percurso inverso ao que muitos escalabitanos fazem nesta época do ano. “Lembro-me de em mais novo vir com os meus pais e pelo menos uma vez por ano estamos cá”, afirma Diogo Bem, de 25 anos. “Em Peniche há um complexo maior mas mesmo com as deslocações compensa vir até cá. Aqui o tempo está quase sempre bom e lá nem por isso”, acrescenta. O amigo Bruno Reis, 24 anos, fala por todos e refere que de Santarém apenas conhece a zona do W Shopping.
Não há um complexo desta dimensão em Lisboa
No parque aquático encontram-se também muitos grupos de crianças e jovens em férias escolares. Depois de uma aula de ginástica na piscina recreativa falámos com os responsáveis de um grupo com cerca de 200 crianças de Carnide, Lisboa, que marca presença todos os anos depois de descobrir o local na Internet. “Fazemos também praia mas não temos um complexo com esta dimensão na capital, o que lamentamos”, afirma Pedro Baptista, 36 anos, coordenador da área da educação da Junta de Freguesia de Carnide, que trabalha também com grupos de idosos. “Olhamos para a qualidade e a segurança, não para os custos”, sublinha.
Enquanto alguns colaboradores passeiam aves pelo complexo e a piscina de ondas começa a trabalhar, falamos com mais uma família que desfruta do espaço. Ana Dinis (40 anos) e Ricardo Aleixo (39) dizem estar pela primeira vez no local, depois de terem conhecimento pela Internet, mas mesmo assim preferem praia. Moram em Vila Franca de Xira mas não encontram piscinas iguais na sua cidade.
Outra família que se encontra no local é de Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira. Carlos Carvalho, 40 anos, é frequentador do complexo há seis anos, depois de receber boas referências de amigos. Tal como o casal vilafranquense, aponta também as diferenças entre as piscinas do concelho onde vive e o complexo onde está. “Gosto de praia mas há mais trânsito e confusão e torna-se mais fácil deslocar-me a Santarém. No Inverno é que aproveito para visitar a cidade ou ir até a Almeirim para comer a sopa da pedra”, acrescenta.
Quem também vem há seis anos é a família de Carla Baptista e Bruno Baptista, 47 e 46 anos, respectivamente. Vivem em Loures e todos os anos vêm pelo menos uma vez ao complexo porque os mais novos gostam da piscina de ondas e dos escorregas. Afirma que na zona onde moram não há piscinas descobertas mas com a afluência crescente ao parque escalabitano causa alguma apreensão. “Gostamos de cá vir e é habitual haver muitas pessoas, mas começa a ser mais intenso e este ano está a ser difícil sentirmo-nos à vontade”, refere Carla acrescentando que só visitam Santarém quando viajam para Fátima.
Mais de 152 mil pessoas visitaram o complexo em 2015
Em 2015, 152.859 pessoas visitaram o Complexo Aquático de Santarém, das quais 27.987 integradas em grupos, na sua maioria crianças e jovens. Caso o tempo quente e seco se mantenha as perspectivas são de um aumento dos números este ano, diz Cristina Santos, administradora executiva da empresa municipal Viver Santarém, que gere o espaço. A responsável confirma que a larga maioria dos visitantes é de fora do concelho.
Devido à instabilidade climatérica, Junho teve menos 1.534 utilizadores do que em igual mês de 2015. Mas o tempo melhorou e no dia 21 de Julho já se registavam mais 3.568 utilizadores do que no ano passado. De 1 a 21 de Julho a média diária de utilizadores foi de 1.854, correspondentes a 12.979 utilizadores semanais. Para esta época balnear foi aumentada a área relvada disponível e instaladas zonas de sombra nas bilheteiras e no controlo de acessos.