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Superlativo Serafim das Neves

Recolhi agora mais três quilos de folhetos promocionais que estavam na minha caixa do correio. Deitei as mãos a um e zás, levei logo com a palavra cashback nos olhos. Como estava associada ao texto que acompanhava uma fotografia de uma maquineta para aparar a barba e o cabelo fiquei levemente eriçado. Fiquei eu e ficou o gato que estava aninhado no braço do sofá a tentar ler os preços das rações que estão em promoção para ver se também tinham cashback.

Tens razão quando dizes que qualquer dia temos que andar com um dicionário de inglês no bolso para conseguirmos falar português. Há quem ataque o novo Acordo Ortográfico acusando-o de destruir a língua portuguesa. Eu por mim acho que esse hilariante Acordo, já está ultrapassado e ainda nem sequer foi totalmente aplicado.
Como é que se escreve, por exemplo workshop com o novo acordo ortográfico? E sunset party? E será que piercing ou shopping têm uma grafia diferente com o novo acordo? E o presidente Marcelo Rebelo de Sousa deixará de tirar selfies para passar a tirar auto-retratos? E já não falo de palavras portuguesas banais como staff, socialite, trailer, test-drive. Já agora, como é que se escrever boxers com o tal novo acordo ortográfico?
Paulo Pereira da Silva, o homem do papel higiénico preto da Renova, está na lista da nova administração da Caixa Geral de Depósitos como administrador não executivo. Fiquei contente com a nomeação e só lamento que não lhe tenham dado um cargo executivo. Depois do que tenho lido sobre algumas borradas que terão sido feitas no banco do Estado, acho que o papel higiénico da Renova acaba por ser mais útil que três comissões parlamentares de inquérito mas do que vale o papel higiénico por si só, se não houver lá ninguém que lhe saiba dar uso?
A Agência Portuguesa do Ambiente diz que a Silicalia, uma empresa do Pego, no concelho de Abrantes, fez descargas ilegais de resíduos industriais para uma linha de água. Pela minha experiência isso não significa que a Silicalia tenha feito descargas ilegais de resíduos industriais para uma linha de água. O que eu quero dizer é que estas coisas são muito subjectivas. O que é um resíduo industrial? O que é uma linha de água? O que é uma descarga ilegal? Tudo depende da pessoa a quem for feita a pergunta, como sabes.
A Silicalia já tinha dito em Maio que não fez nenhuma descarga ilegal e vai continuar a dizer o mesmo. Em democracia não há uma verdade absoluta. Há várias verdades e cada um escolhe a sua. A Silicalia tem razão e a Agência do Ambiente também e assim é que é bonito.
Aqui há dias um ambientalista disse que lhe abalroaram o carro em Torres Novas quando estava a filmar a poluição de uma linha de água. O abalroador, filho do dono da empresa Fabrióleo, diz que se tratou de um infeliz acidente resultante do seu volvo não ter sinalizadores de marcha atrás. É a tal verdade múltipla que eu tanto aplaudo.
A Segurança Social diz que encerrou um lar clandestino na Golegã. A senhora do lar diz que nunca teve nenhum lar. Eu gosto desta ampla liberdade de cada um ter a sua própria verdade. Que chato seria este mundo se o preto fosse preto e o branco, branco. Não achas?!!
Roubaram mais uma vez a pomba de gesso da estátua de S. Francisco de Assis que está em frente ao Convento com o nome do santo, em Santarém. Já lá vão três pombas a voar e não se sabe quem foi que as levou. Este caso faz-me lembrar o do União de Santarém que foi assaltado cinco vezes na época passada, sem contar com as vezes que terá sido assaltado por árbitros, durante os jogos.
Eu acho que esta fixação dos assaltantes em determinados objectivos exige a sua rápida notificação para comparecerem em consultas de especialidade. E se a repetição for provocada pela aquisição do vício da monotonia na escolha dos locais a assaltar, a notificação ainda é mais urgente. Quem nos diz que não estarão a precisar de uma cura de desintoxicação para começarem a assaltar outras coisas e se libertarem de tal fixação.
Saudações cervejeiras
Manuel Serra d’Aire

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