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Tem de gastar 17 mil euros para receber água da rede pública

Tem de gastar 17 mil euros para receber água da rede pública

Para a água chegar à casa de Fátima Branco é necessário um ramal com quase 600 metros. Águas do Ribatejo apresentou orçamento desse valor a moradora de Alpiarça que quer ligar a sua propriedade ao sistema de abastecimento público. Distância à rede justifica o valor, alega a empresa intermunicipal.

Fátima Branco vai ter que pagar mais de 17 mil euros caso queira ligar-se à rede pública de abastecimento de água. A moradora na Rua do Charnecão, em Alpiarça, nem quis acreditar quando recebeu a carta da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo (AR) com o orçamento de quanto teria que pagar para se ligar à rede.
“Quando vi o valor que me pediam achei que era engano, mas infelizmente não é. Isto é uma vergonha, é mesmo a gozar com a cara de uma pessoa”, critica. Fátima Branco vive sozinha, tem que pagar a sua casa e recebe pouco mais de 500 euros por trabalhar numa empresa da vila.
Contactada por O MIRANTE, a Águas do Ribatejo explica que como é “necessário fazer o prolongamento da rede em causa em cerca de 600 metros, dado tratar-se de uma zona agrícola, distante da zona urbana de Alpiarça, e tendo em conta a inexistência, na presente data, de outros utilizadores que possam vir a utilizar a infra-estrutura caso venha a ser concretizada, o custo do referido prolongamento deverá ser suportado pelo requerente do mesmo”.
A empresa intermunicipal esclarece que a habitação de Fátima Branco dista 568 metros do ponto mais próximo da rede de abastecimento público. “Trata-se de um local sem serviço de abastecimento público de água disponível, carecendo de prolongamento da rede”, refere.
Fátima Branco vive nessa casa há cerca de 25 anos e tem utilizado sempre a água do seu furo. “A água do furo já não tem qualidade e não a utilizo para beber, só para tomar banho e cozinhar”, explica. Para beber água tem que comprar garrafões, o que se torna mais uma despesa por mês. “Se tivesse 17 mil euros já tinha a casa quase paga. Não há direito que peçam uma exorbitância para ter acesso a um bem que deve ser de todos”, afirma.
O vereador António Moreira (Movimento Todos Por Alpiarça/PSD) abordou a questão em sessão camarária do executivo da Câmara de Alpiarça e considerou que “não faz sentido” pedir esse valor para pagar um “ramal de 600 ou 700 metros”. O presidente da autarquia, Mário Pereira (CDU), justificou que a área do Charnecão, onde se situa a casa de Fátima Branco, está muito afastada da rede pública de abastecimento de água. “A senhora veio falar comigo e remeti-a para a Águas do Ribatejo para que fosse encontrada uma solução”, afirmou.

Tem de gastar 17 mil euros para receber água da rede pública

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