Um bombeiro que também dá apoio em telenovelas
Paulo Alexandre Nogueira é operacional da corporação de Vialonga. Desde criança que queria ser bombeiro e logo que teve essa hipótese não hesitou.
Antes servira na Força Aérea e depois trabalhou numa bomba de gasolina. Não se vê a viver noutro lugar que não Vialonga e é uma pessoa comprometida com a comunidade. Já viu a morte por um fio, quando ficou cercado num incêndio com outros cinco bombeiros. Diz que a solidariedade no concelho é um exemplo para todo o país.
A freguesia de Vialonga e o concelho de Vila Franca de Xira são um exemplo nacional pela forte onda solidária criada entre a população e as instituições e até mesmo entre as próprias colectividades. Vila Franca de Xira é um concelho solidário entre si e para com os outros, nunca recusando responder a um apelo e por isso é um exemplo nacional.
Quem o defende é Paulo Alexandre Nogueira, 43 anos, oficial bombeiro superior na corporação de bombeiros de Vialonga. “Há imensa solidariedade no nosso concelho. Quando há pessoas a dizer que ela não existe ou que é uma palavra vã eu não posso concordar. Estamos sempre preparados para nos ajudar mutuamente e a população para nos ajudar a nós. Isso é fantástico. Somos um concelho solidário, uma vila solidária e temos dos movimentos associativos e das colectividades e instituições do melhor que existe no país. Somos um exemplo nacional”, refere.
Natural de Lisboa, Paulo Nogueira é um homem que vê Vialonga como a sua verdadeira casa e não a troca por nenhuma outra freguesia. “Adoro viver aqui e do que mais gosto é das pessoas. Adoro sair à rua e dizer bom dia. Somos uma terra com 21 mil habitantes mas quase toda a gente se conhece. Gosto dos costumes, dos usos, do movimento associativo”, explica.
Desde sempre um apaixonado pelos bombeiros, Paulo entrou como voluntário aos 14 anos e nunca mais foi capaz de largar a profissão. “Não tinha amigos nem família aqui, apenas senti o chamamento, queria ajudar e prestar um serviço de apoio”, confessa. O seu primeiro trabalho foi como militar da Força Aérea Portuguesa, aos 18 anos, onde serviu na área da saúde. Depois saiu e foi trabalhar para uma bomba de gasolina em Alverca, actividade difícil mas ao mesmo tempo desafiante. “Lidar com as pessoas e fazer o atendimento não era complicado. Mas as noites eram mais complicadas em termos de segurança. Felizmente nunca tive problemas nenhuns e gostei de lá ter trabalhado”, conta.
Actualmente é bombeiro permanente em Vialonga e faz de tudo um pouco. Incluindo prestar apoio em novelas, onde a corporação não só cede viaturas como também presta aconselhamento técnico aos actores e aos técnicos sobre como as coisas se podem parecer com o real. “Aproximamos o real da ficção. Em televisão o tempo é curto, morre-se mais depressa”, conta com um sorriso.
Entre as novelas em que Paulo e a equipa de Vialonga participaram inclui-se “A impostora”, “Única mulher”, “Santa Bárbara”, “Massa fresca”, “Destino”, “Aqui mais longe” e “Rainha das flores”. Esta acaba também por ser uma importante fonte de rendimento para a corporação. “A população pode ter muito orgulho nos bombeiros que tem, dizem sempre presente quando somos solicitados em qualquer local ou vila do país. Este ano já respondemos para o Algarve, Minho e Trás-os-Montes”, revela.
A profissão de sonho de Paulo era ser médico. E na sua profissão actual já apanhou vários sustos. Num deles ficou cercado - um carro e cinco bombeiros - pelo fogo. A pouca água que restava no tanque foi para salvar o carro e as pessoas, abrindo também um carreiro para escapar às chamas. “Pensei que ia morrer”, desabafa.
É um homem incapaz de ficar quieto na comunidade, já passou por várias direcções de colectividades da terra e actualmente está também na direcção da Associação de Bem-Estar Infantil de Vialonga (ABEIV). Não tem tempos livres e a família é uma das suas grandes paixões.