A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, enviou uma carta ao presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, reiterando a confiança no seu trabalho e confirmando a sua recandidatura ao cargo. A carta surge na sequência de um artigo do jornal Público que, sem citar qualquer fonte, anunciava que o PS tinha elencado dez câmaras municipais que considera serem “mais problemáticas” em termos de escolha do cabeça de lista para as autárquicas do próximo ano, entre as quais incluiu Golegã e Torres Novas.
Ao longo do artigo eram dadas explicações sobre as divisões internas nas várias concelhias do PS que estariam a dificultar a escolha dos candidatos mas não era dada qualquer explicação sobre o que motivaria o receio da Comissão Permanente do PS em relação à Golegã e a Torres Novas.
A secretária-geral adjunta lembra que “no Congresso Nacional e na Comissão Permanente” foi decidido que “serão candidatos todos os presidentes de câmara em funções que queiram e que sobre eles não recaia nenhum impedimento ético-jurídico” e termina com uma mensagem de apoio: “reitero a confiança do Partido Socialista no trabalho que tem desempenhado”.
Têm corrido rumores sobre a possibilidade de os ex-presidentes socialistas das Câmaras da Golegã e Torres Novas, Veiga Maltez e António Rodrigues, terem intenção de se voltarem a candidatar, até porque não aceitaram pacificamente a lei de limitação de mandatos que os impediu de se candidatarem em 2013, mas até agora nenhum deles manifestou publicamente tal vontade. Também não há notícia de conflitos nas concelhias do PS relativos às recandidaturas dos actuais presidentes. Em Torres Novas dá-se mesmo o caso de António Rodrigues ser o presidente da estrutura local do partido.
O texto do Público apanhou de surpresa Pedro Ferreira, que disse a O MIRANTE ter posto em dúvida a credibilidade das informações ali divulgadas. “O partido definiu as condições para os actuais presidentes se recandidatarem. A minha recandidatura já foi confirmada e não existe qualquer conflito na concelhia. E é curioso que a jornalista explique os problemas que existem noutras concelhias e não tenha escrito uma palavra sobre Torres Novas ou sobre a Golegã”.
O MIRANTE tentou falar com o presidente da Câmara da Golegã, Rui Medinas, que remeteu qualquer comentário sobre o assunto para a sede nacional do PS.
Na carta já citada, com data de 9 de Setembro, enviada pela secretária-geral adjunta ao presidente da Câmara de Torres Novas é lamentado “...o lapso jornalístico publicado no dia 8 de Setembro de 2016, no jornal Público, da autoria da jornalista Margarida Gomes”.