A morte de centenas de peixes na lagoa de Foros de Almada, freguesia de Santo Estêvão, concelho de Benavente, na quinta-feira, 8 de Setembro, pode estar relacionada com a forte onda de calor que atingiu a zona nos dias anteriores e não com descargas poluentes, como inicialmente se pensou.
Essa é a primeira tese dos técnicos que estão a analisar o caso e que acreditam tratar-se de um fenómeno de morte natural causado por um processo de eutrofização, relativamente comum em lagoas pequenas como a de Foros de Almada, que consiste numa grande concentração de nutrientes, especialmente azoto e fósforo nos dias de calor, que leva a uma multiplicação de algas e bactérias que, ao se decomporem, provocam anóxia - falta de oxigénio na água - que leva à morte dos peixes.
Fonte ligada ao processo explica que a cor turva e escura da água da lagoa de Foros de Almada é um indicador desse processo. Mas como a água emanava um cheiro intenso vários peixes foram recolhidos do local e enviados para análise.
“A câmara tem estado a acompanhar de perto esta situação e reportou de imediato o caso à Agência Portuguesa do Ambiente e à Direcção Regional de Agricultura. Não há unidades fabris na zona por isso é pouco provável que se trate de descargas poluentes e do que me informaram, numa primeira análise, a morte dos peixes ficou a dever-se às elevadas temperaturas. Mas também não se afasta a outra hipótese, as análises revelarão o que se passou”, explica a
O MIRANTE Carlos Coutinho, presidente da Câmara de Benavente.
A somar ao problema está o facto da comunidade de peixes se ter reproduzido bastante. “Esta não é a primeira vez que acontece um episódio semelhante no local. Há cerca de dez anos passou-se uma situação ainda mais grave que esta”, recorda o autarca.
A zona da lagoa é privada mas tratando-se de um espaço e com areia é bastante frequentada pela população e por pescadores. O cheiro nauseabundo provocado pela decomposição dos peixes, que se acumularam nas margens, gerou críticas de vários moradores mas o município já esteve no local a recolher os peixes e o problema está ultrapassado.
António Gaspar, morador em Foros de Almada, é pescador e chegou a integrar os quadros da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva. Vê com tristeza a matança. “Há um sentimento de tristeza completa. Não sabemos o que se passou aqui mas há um grande desleixo das pessoas que deviam ter outro civismo a usar este espaço, deixam o lixo no chão e na lagoa, plásticos, vidros e outros materiais que degradam a natureza e pioram o cenário”, lamenta a
O MIRANTE.