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Empreendedor Serafim das Neves

O presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado (PS), é amigo do seu amigo. Um dos últimos exemplos foi ter entregue ao filho de um fadista da terra, que decidiu encetar uma carreira noutra área artística, a organização das festas da aldeia do Arripiado. Entregou-lhe a organização das festas e vinte e dois mil euros para que não lhe faltasse nada.

Para além de ser amigo do seu amigo o presidente Queimado é simultaneamente um apoiante da iniciativa privada e um incentivador de jovens empreendedores, o que é de louvar. O filho do fadista da terra passa a ter no currículo empresarial a organização de uma festa de aldeia o que lhe abre perspectivas de ampliar o mesmo com umas festas de uma vila, por exemplo.
Estarei a ser injusto ao endeusar o presidente da Chamusca sem referir um ou outro caso de presidentes que também já mostraram ser amigos dos seus amigos. E não foi através de escolhas directas para contratos de vinte e dois mil euros porque vinte e dois mil euros são amendoins. Ainda recentemente a presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, fez dois contratos por ajuste directo no valor de 74.999 euros (setenta e quatro mil, novecentos e noventa e nove euros) cada um.
Alguns perguntarão o porquê do 999. Será uma terminação cabalística? Terá sido inspirado nos preços das promoções dos hipermercados? Nada de mais errado. Foi apenas porque com mais um euro o valor dos contratos subiria para 75 mil euros e isso obrigava a concurso público, ou seja, a uma trapalhada que, como se sabe, só dá chatices, despesas e perdas de tempo com nomeação de júris, análise de outros parâmetros para além dos preços, possibilidades de reclamação e outras burocracias inúteis...para além de se correr sempre o risco de marginalização de empresários amigos e a necessitar de serem incentivados.
Convém realçar também que, com grande sentido de Estado, como se costuma dizer, os vereadores da oposição não levantaram qualquer objecção a estes incentivos directos.
Em Santarém foi posta de parte a possibilidade de aproveitar os blocos de apartamentos da antiga Escola Prática de Cavalaria para residência de estudantes. Na origem da situação, segundo foi dito, está a diminuição do número de estudantes a necessitar de alojamento.
Afinal o antigo presidente do município, Moita Flores, talvez tivesse razão quando decidiu transformar o local num super-canil, alegando que os cães, para além de terem espaço à larga, serviriam para manter à distância os vândalos que andaram por ali a destruir e a levar tudo o que encontraram, desde torneiras e canos até fios de cobre das instalações eléctricas. O pior é que agora nem os cães devem querer ir viver para lá, o que é pena. Perdeu-se uma janela de oportunidade... ou melhor, perderam-se as janelas todas com estores e tudo.
De Fátima chegam notícias de mais um negócio que correu mal, envolvendo um Museu das Aparições e um vereador da Câmara de Ourém chamado Nazareno. Não te vou maçar com os pormenores que estão todos na notícia publicada a semana passada mas não deixo de te chamar a atenção para o facto de o Nazareno ter pouca sorte quando se mete em coisas da Igreja Católica. Esta coisa de ter um nome bíblico nem sempre ajuda.
O senhor de Abrantes que levou burros para a porta da câmara para protestar certas decisões municipais e que agora está a ser julgado sob a acusação de ter chamado nomes à presidente vai ser avaliado psicologicamente. Eu acho que é uma perda de tempo. Na minha modesta opinião, alguém que se mete com câmaras municipais, finanças, tribunais ou outros organismos do Estado é porque não tem os cinco alqueires bem medidos, como diria a minha avó.
Saudações psicológicas
Manuel Serra d’Aire

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