uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Investimento público do concelho não pode estar concentrado em Santarém

Carlos Rodrigues - Proprietário do supermercado “Meu Super” de Alcanede

Como vê o futuro do seu concelho? O que se deseja é um futuro promissor a todos os níveis, designadamente económico e social, mas os tempos de incerteza que se vivem não auguram grandes melhorias. Por outro lado, o concelho de Santarém não tem dado mostras de inverter o que se tem passado a nível nacional, no que respeita ao desequilíbrio no desenvolvimento/investimento, entre os centros urbanos e as zonas do interior. Continuamos a assistir a uma maior concentração/centralização e desenvolvimento na sede do concelho e ao esquecimento das povoações mais afastadas. O que eu queria ver no futuro era um concelho mais homogéneo quanto aos investimentos públicos. Queria que não houvesse motivos para o abandono/desertificação de pessoas e empresas nesta zona rural de Alcanede. Se nada se fizer vamos continuar a ter grandes assimetrias no concelho de Santarém.
E o futuro da sua empresa? Para uma microempresa da área do comércio a retalho, em zona rural, não se perspectiva um futuro muito risonho, uma vez que a tendência dos consumidores é cada vez mais as grandes superfícies, que se concentram nos centros urbanos. Para inverter esta situação, para além da melhoria na gestão do dia-a-dia, procuramos melhorar os nossos serviços na óptica do consumidor, trazer alguma inovação e focarmo-nos num atendimento mais personalizado. Foi isso que fizemos com a transformação da loja, adoptando a insígnia “Meu Super” em parceria com um grande operador de retalho a Modelo Continente Supermercados.
É fiel às tradições? De que forma é que participa na Expo Alcanede? Respeito as tradições, designadamente aquelas que resistem à modernidade e não colidem com os meus princípios e a minha consciência. A Expo Alcanede é um evento com cerca de 12 anos de existência, pelo que é uma tradição recente. Participo nela como observador e também como cliente, uma vez que a “expo” tem associado a venda de diversos bens e produtos, designadamente artesanato e os petiscos.
Que importância tem esta feira para a região? Não consigo quantificar, mas decerto trará algo de positivo para as pessoas e para os empresários desta região pois proporciona a mostra dos produtos que se produzem ou comercializam, assim como uma oportunidade de valorizar quem se dedica ao artesanato. É também uma oportunidade para as colectividades apresentarem o que fazem e um momento de convívio entre as pessoas.
O que gostava de ver diferente na feira? Não me parece que haja muito a mudar mas sim para aperfeiçoar, designadamente no que respeita ao espaço. Alcanede já merecia uma infra-estrutura multi-serviços que pudesse albergar eventos desta natureza e outras utilizações, ou seja, um equipamento que estivesse ao serviço de todos, pessoas, empresas e colectividades, assim como servir os alunos da escola vizinha em actividades escolares.
Está contente com as mudanças políticas a nível local e nacional? Que alterações notou na região? Não me pronuncio sobre mudanças de actores da vida política mas sim sobre políticas públicas, ou seja, sobre as iniciativas, decisões e acções que são tomadas para fazer frente a situações económica e socialmente problemáticas. Tem havido boas e mas decisões a nível local. O que decepciona é a falta de visão e de planeamento, bem como a falta de compromisso com o futuro, pois o que acontece na maior parte dos casos é a mudança cíclica de orientações e decisões.

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido