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Trabalhadores do olival da Torre Bela ainda à espera das indemnizações

Trabalhadores do olival da Torre Bela ainda à espera das indemnizações

Promessas de que vão receber a verba a que têm direito duram há já vários meses. Os empregados contratados pela empresa espanhola Camponuevo para levarem a cabo o projecto anunciado como o maior olival da Europa - situado entre as freguesias de Manique do Intendente e Alcoentre, no concelho de Azambuja - continuam à espera de receber a compensação pela extinção do posto de trabalho.

O clima é de apreensão e de cautela entre os ex-trabalhadores da empresa Camponuevo, contratada pela administração da Quinta da Torre Bela para avançar com o projecto de um olival que tinha como objectivo produzir anualmente cerca de cinco mil toneladas de azeite. Do projecto megalómano restaram apenas as árvores plantadas, muitas dúvidas sobre o que levou ao fim do contrato com a Torre Bela e o valor em falta das indemnizações pelo final dos contratos, segundo apurou O MIRANTE.
O projecto teve início em 2013 e foi durante o ano passado que os problemas surgiram. Os trabalhadores começaram a ser dispensados por alguns dias e, mais tarde, durante algumas semanas - período em que não eram remunerados - com a justificação de que as chuvas impossibilitavam que as máquinas fossem manobradas no terreno em segurança.
Segundo o que O MIRANTE apurou, os empregados estranharam a permanência em casa, uma vez que no início do projecto trabalharam no terreno em condições igualmente adversas. “Todos achavam que havia ali trabalho para vários anos. Aliás, era o que os responsáveis da empresa prometiam”, garantem algumas fontes, contactadas pelo nosso jornal.
Em Alcoentre e Manique do Intendente, ninguém quer falar abertamente sobre o caso. Lamentam que o projecto do olival não tivesse avançado e que se tenham perdido empregos. Culpas, não atribuem a ninguém. Nomes, não querem apontar. Entre o final de 2015 e os primeiros meses deste ano os trabalhadores foram informados que o projecto já não iria avançar e foram sendo dispensados. Há vários meses que aguardam pelo valor da indemnização.
Da parte da Torre Bela, Nuno Albuquerque, um dos responsáveis da empresa, disse a O MIRANTE que “sobre o caso do olival, a empresa não presta declarações”, encaminhando explicações para Oscar Orihuela, da Camponuevo. Terá sido sempre com Orihuela que os trabalhadores comunicaram, mas no último mês os contactos têm sido dificultados. “Pelo que sabemos, terá mudado de número de telemóvel”, confirmou Nuno Albuquerque.
Ao que o nosso jornal apurou, o responsável da empresa espanhola tem prometido aos cerca de 80 trabalhadores que as indemnizações serão pagas, mas até à data ninguém recebeu qualquer valor. A maior parte dos trabalhadores está a receber subsídio de desemprego e alguns encontraram outras ocupações precárias. “As pessoas não querem falar porque receiam que isso cause problemas e depois não recebem a indemnização”, garantiu ao nosso jornal fonte próxima do processo. À espera de pagamento estarão também fornecedores locais - a Camponuevo recorria, por exemplo, ao aluguer diário de máquinas, cujo valor não terá sido liquidado.
O MIRANTE tentou entrar em contacto com Oscar Orihuela, o que não foi possível até ao fecho desta edição.

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