Elvira Fortunato recebeu distinção europeia inédita para Portugal
Cientista “mãe” do transístor de papel tem raízes na Louriceira, concelho de Alcanena
A “mãe” do transístor de papel, a investigadora Elvira Fortunato, recebeu no sábado, em Bruxelas, a Medalha Blaise Pascal, distinção da Academia Europeia das Ciências atribuída pela primeira vez a um cientista português.
A distinção, na categoria Ciências dos Materiais, foi entregue na sede da academia, na capital belga, disse à Lusa a cientista e directora do Centro de Investigação em Materiais (CENIMAT), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
A instituição europeia justifica a atribuição da medalha à investigadora e professora portuguesa com a “excepcional originalidade e criatividade da sua investigação em Física e Ciência dos Materiais”. A Medalha Blaise Pascal, concedida desde 2003 em diferentes áreas científicas, visa reconhecer o importante contributo de alguém para a ciência e a tecnologia, bem como para a promoção da excelência na investigação e educação.
Na sua página na internet, a Academia Europeia das Ciências realça que dispositivos como o transístor de papel revelaram um desempenho electrónico excepcional, enquanto componentes semicondutores activos, podendo ser usados em aplicações em que é exigida uma elevada condutividade eléctrica.
O uso do papel como um material de electrónica, barato e reciclável, pode ser aplicado, por exemplo, em embalagens ‘inteligentes’ de medicamentos ou alimentos, ou mesmo em bilhetes de avião.
Elvira Fortunato também criou um teste rápido, feito com papel de fotocópia, para detectar a presença de uma bactéria, que vive em lamas e sedimentos, a “Geobacter sulfurreducens”, e que pode ser utilizada na produção de energia.