Criadores mostraram o seu trabalho na Feira de Artesanato do CPCD
Iniciativa integrou o programa de comemorações dos 40 anos da colectividade da Póvoa de Santa Iria
O Centro Popular de Cultural e Desporto (CPCD) realizou no fim-de-semana de 26 e 27 de Novembro uma Feira de Artesanato, no pavilhão da sede da colectividade na Póvoa de Santa Iria. A iniciativa integrou as celebrações dos 40 anos da associação e apesar da chuva ter afastado alguns visitantes no sábado, o ambiente no pavilhão estava animado.
Ao contrário da maior parte dos expositores, Jorge Mendes, 48 anos, tem as mãos sujas, porque na sua arte tem de limar pedras de xisto em que cria peças decorativas como pequenas casas com muros de quintal. Mas não é só o xisto que lhe suja as mãos. Este artesão da Póvoa de Santa Iria trabalha também com pequenas conchas e ossos de animais. “É um trabalho que leva tempo, temos que limpar os ossos, passá-los por lixívia, e depois com os pequenos ossinhos faço bonecos”, explica.
O gosto de Jorge Mendes pelas artes começou aos 17 anos, o que levou a que alguns dos seus amigos se metessem com ele por causa do estranho passatempo. A irmã, Emília Onofre, está também presente na feira e diz que sempre tiveram jeito para o artesanato. Mas no seu caso (peças de costura), quem a ensinou foi a avó espanhola, Emília Pena Sanchez, que era “uma mulher dos sete ofícios”.
Maria Teresa, 66 anos, está em representação de uma loja de artesanato de Vialonga. A expositora pegou em tecidos e criou várias agendas, blocos de notas e carteiras. Mas na banca também há trabalhos de bijutaria e outros artigos dedicados à quadra natalícia.
Maria Teresa está no artesanato há 10 anos. Residente na Póvoa de Santa Iria há mais de 30 anos, explica que se dedicou a essa actividade quando entrou na reforma. É uma forma de se “manter activa e ter contacto com as pessoas”, depois de uma vida a trabalhar numa empresa de seguros.
Desiludida com a falta de visitantes à feira, Maria Teresa diz que o mau tempo influenciou o evento. Contudo diz que independentemente das vendas que se façam, elas acabam por “cobrar o custo da matéria-prima, mas nunca a da mão-de-obra”.
Apesar do evento ser dedicado ao artesanato houve algumas bancas que decidiram aproveitar para dinamizar o seu negócio. Foi o caso Rute Dias e Maria Fernandes. As duas senhoras de Póvoa de Santa Iria fazem ginja caseira. Para o pavilhão do CPCD, decidiram misturar o licor com chocolate e fazer um brigadeiro de ginja. Quem provou diz que gostou.