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Gráfica Almondina produz cerca de um milhão de livros por ano
Empresa de Torres Novas comemora um século de vida em 2018
A dois anos de completar um século de vida a Gráfica Almondina continua a crescer. Anualmente produz cerca de um milhão de livros, a grande maioria religiosos, sendo, actualmente, a maior gráfica da Igreja Católica em Portugal.
Propriedade da empresa Progresso e Vida, pertença da Diocese e Seminário de Santarém, a Gráfica Almondina dedica-se à impressão de livros, revistas, jornais e catálogos. Entre os jornais está “O Almonda”, semanário de Torres Novas que completa 100 anos em 2018, e do “Porta do Sol”, boletim informativo da Diocese. Apesar das receitas destes jornais serem simbólicas a empresa não pretende deixá-los pelo caminho devido à antiguidade e à presença da Igreja no meio.
Os administradores da Progresso e Vida consideram que o caminho trilhado pela Gráfica Almondina não foi fácil mas que o balanço é positivo. “Houve um crescimento grande da empresa com a mudança e ampliação das instalações para a Zona Industrial de Torres Novas, em 1997. Adquirimos algumas máquinas que necessitávamos na altura e isso foi muito importante porque passámos a dar uma melhor resposta aos pedidos que tínhamos. Quando nos mudámos do centro histórico da cidade esperávamos crescer mas superou as nossas melhores expectativas”, explica João Godinho, administrador e director comercial da empresa.
Um dos grandes saltos foi quando passaram a utilizar o sistema de impressão offset, em 1997. “Apostamos na modernização da impressão e a sua difusão em larga escala, o que nos permitiu melhorar o nosso trabalho significativamente e fazer tudo muito mais rápido”, refere o padre Ricardo Madeira, outro dos administradores da Progresso e Vida.
O último grande investimento aconteceu em Agosto de 2015 com a aquisição de uma máquina a quatro cores com torre de verniz que, segundo explicam, melhorou substancialmente a qualidade dos seus produtos e a capacidade de resposta. No entanto, a aposta tem sido num investimento contínuo o que tem acontecido regularmente entre 1997 e 2014. “Há sempre necessidade de renovar máquinas que com o tempo se tornam obsoletas”, realça António Lagarto, administrador e director financeiro.
A empresa tem a expectativa que com a vinda do Papa Francisco a Fátima, em Maio deste ano, haja um aumento na produção de livros, revistas e catálogos. Com uma equipa de 42 funcionários – entre os 21 e os 60 anos – a Gráfica Almondina aposta também na integração na empresa de pessoas com limitações que vêm de Centros de Reabilitação e Integração. Os administradores consideram que a estabilidade dos funcionários, a motivação, o empenho de todos, a qualidade do serviço e causar boa impressão nos clientes são os ingredientes do sucesso para continuarem a trabalhar em contínuo crescimento.
Os actuais administradores da empresa
A empresa Progresso e Vida é uma sociedade por quotas que tem como sócios a Diocese e o Seminário de Santarém. Actualmente a empresa é administrada pelo padre Ricardo Madeira, Augusto Batista (que não esteve presente na entrevista por motivos profissionais), João Godinho e António Largarto. Ricardo Madeira nasceu em Rio Maior, cresceu em Alcobertas e fez o seu percurso no seminário. Começou a sua vida de padre nas paróquias de Casével, São Vicente do Paul e Vaqueiros, no concelho de Santarém, seguindo-se os concelhos do Entroncamento, Vila Nova da Barquinha e Golegã. Encontra-se actualmente nas paróquias de Torres Novas, Meia Via e Olaia. Está na administração da empresa desde meados de 2014.
João Godinho nasceu em Moçambique e veio com seis anos para Torres Novas, de onde a sua família é natural. Começou a trabalhar na Gráfica Almondina durante as férias de Verão. Quando decidiu estudar à noite quis trabalhar durante o dia e, como nessa altura estavam a contratar pessoal na Gráfica candidatou-se e conseguiu o emprego. Já lá vão 27 anos. “Nunca tive outro patrão”, confessa.
Começou por trabalhar na área de acabamentos, tendo passado pelos sectores da impressão, fotocomposição e depois para a parte administrativa, onde lhe foram dadas algumas oportunidades. Entretanto passou para a parte comercial e continuou a crescer na empresa. Chegou a director comercial e, desde Janeiro de 2016, é um dos administradores nomeados.
Natural de Torres Novas e a viver na Golegã, António Lagarto chegou há empresa há 16 anos. Trabalhava nos serviços administrativos da Misericórdia quando foi convidado para trabalhar na área financeira da empresa. Aceitou e também é um dos administradores desde Janeiro de 2016.
Augusto Batista é natural de Proença-a-Nova e reside na Chamusca. Tem exercido as funções de sócio-gerente e vogal de algumas empresas de vários sectores de actividade e colabora na administração diocesana.
Tudo começou em Viseu
A Gráfica Almondina começou por chamar-se Tipografia São Miguel e teve a sua origem em Viseu. Foi adquirida em segunda mão por Alberto Dinis da Fonseca, natural da Guarda mas que exercia a profissão de Notário em Torres Novas desde 1909. Alberto Dinis da Fonseca decidiu comprar a tipografia para assegurar emprego ao jovem Miguel Lopes de Almeida que trabalhava na papelaria/tipografia Hintze Ribeiro, que fechara após a morte do seu proprietário.
No entanto, Miguel Almeida arranjou emprego na Câmara Municipal de Torres Novas e desistiu do sonho de ser tipógrafo. Alberto da Fonseca ficou a braços com uma tipografia e não percebia nada do ofício mas decidiu dar continuidade ao projecto. Em 1919 passou a imprimir o jornal “O Almonda”. Em 1928 muda a sua designação para Tipografia de “O Almonda” até 1947 quando passa a chamar-se “Gráfica Almondina”, nome que mantém até aos dias de hoje.
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