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“Se levarmos a vida com honestidade seremos sempre felizes”

“Se levarmos a vida com honestidade seremos sempre felizes”

Rita Venido, 33 anos, directora financeira da AUGE - Automação e Geradores, Vialonga

Rita tinha 10 anos quando o pai criou a empresa e ele é a sua grande referência. Quando era pequena, nas férias, ocupava o tempo a ajudar o pai na empresa. Diz que actualmente não é fácil ser empresária mas adora o que faz. Acredita na lei do retorno e por isso defende que quando se pratica o bem ele acaba por voltar. Adora viajar, não tem livros à cabeceira e é apaixonada por moda. Detesta a falsidade e a desonestidade e é uma pessoa que gosta de aprender com o passado para projectar o futuro.

Houve uma altura em que queria ser engenheira como o meu pai mas acabei por tirar uma licenciatura em marketing, publicidade e relações públicas. Também fiz o mestrado em gestão de empresas. Vamos tendo sonhos ao longo da vida mas nem sempre os conseguimos realizar.
Tinha 10 anos quando o meu pai criou a empresa na garagem da nossa casa. Cresci com a AUGE. Gostava de ir lá, via as pessoas a trabalhar, atendia uns telefonemas e acabei por ganhar o gosto. Sempre que não tinha aulas ajudava o meu pai e à medida que evoluía nos estudos ia tendo mais responsabilidades. Foi um percurso natural até hoje.
As pessoas acham que os empresários nascem ricos e não arriscam nada. Claro que isso é mentira. Trabalhar por conta própria é muito complicado. Os problemas do trabalho vão connosco para casa. Não tenho uma vida no trabalho e outra em casa, é tudo um conjunto. Mas é bom trabalharmos para nós próprios porque todo o esforço e empenho que colocamos nas coisas é proveito nosso. E gostamos de nos rever naquilo que. E temos o privilégio de poder empregar pessoas. De lhes dar trabalho.
Não estou 24 horas a pensar em trabalho mas penso nele. Às vezes estou a jantar e a planear o dia seguinte. A AUGE - Automação e Geradores foi criada em 1990 pelo meu pai, José Venido. Aconteceu num período em que ele decidiu que tinha de fazer alguma coisa para ele e criou a empresa como se fosse um filho. Tudo o que aqui está tem o espírito e a forma de trabalhar dele. Tivemos alguns clientes e fornecedores que nos permitiram crescer. Trabalhávamos em parceria com a STET, Caterpillar e Siemens. Começámos a expandir os negócios, as centrais termoeléctricas da Electricidade dos Açores, por exemplo, foram praticamente todas feitas por nós.
Estamos no polígono industrial da Granja, em Vialonga, desde 2005. Fazemos tudo o que respeita a electrónica, automação, manutenção preventiva e correctiva de geradores e construímos centrais eléctricas que vendemos em módulos. Fazemos também a manutenção. Somos certificados desde 2008 pela norma de qualidade ISO:9001. Em 2015 tornámo-nos na única empresa nacional que está certificada para realizar trabalhos de limpeza e tratamento de depósitos de combustível e gasóleo. Temos inclusive um laboratório onde analisamos a contaminação do gasóleo de determinado tanque.
A lealdade, a honestidade e o dom da palavra são fundamentais. Se levarmos a nossa vida com honestidade, respeitando os nossos valores e os dos outros teremos uma vida feliz. Se formos honestos, correctos e leais com quem nos ajuda vamos ter uma vida boa. Acredito na lei do retorno. Quando fazemos o bem ele volta para nós.
O dinheiro mais bem empregue é aquele que gasto em viagens. Adoro viajar. Já fiz um safari no Quénia, visitei a selva amazónica, Nova Iorque, Paris, Londres. Nos tempos livres também gosto muito de moda e de estar informada das novas tendências.
Não tenho livros na mesa de cabeceira e praticamente não leio. Não tenho tempo. Gosto de ler mas ainda não encontrei nenhum livro que me entusiasmasse verdadeiramente. Detesto a falsidade das pessoas. Não gosto de quem tem duas caras. De quem aparenta simpatia mas que nos dá facadas nas costas quando nos voltamos. Gosto de pessoas sinceras e directas. Pessoas que sabem honrar a sua palavra. Sou uma pessoa muito directa e um pouco teimosa.
O ano novo é sempre uma festa. Temos de celebrar a vida, independentemente de ela nos ir retirando as pessoas queridas ao longo dos anos. Enquanto nos levantarmos e caminharmos teremos sempre um motivo para celebrar. Não sou pessoa de ficar a olhar para o passado. Mas gosto de aprender com ele para projectar o futuro.
O meu pai é o grande cérebro desta empresa e a minha referência. Cresci a admirá-lo e tenho muito orgulho nele. Conseguiu fazer coisas que eu se calhar não teria força para fazer. Ele está sempre presente em tudo e em todos os momentos da vida da empresa.

“Se levarmos a vida com honestidade seremos sempre felizes”

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