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A família síria que foi acolhida em Alcanena e que partiu para a Alemanha

Pelo que leio essas pessoas sempre manifestaram intenção de ir para a Alemanha. Presumo que tenham lá familiares, amigos ou pessoas que conhecem e que se disponibilizaram para os apoiar e até admito que tenham habilitações superiores e falem alemão. Se assim não fosse não tinham recebido autorização para entrar naquele país, de onde, recordo, estão a ser repatriados milhares de estrangeiros que deram entrada para pedir o estatuto de refugiados. Mesmo que não tenha sido assim, também compreendo que queiram partir até porque como se sabe deixam de receber qualquer apoio e ficam ilegais.
Ir à procura de melhores condições de vida é uma coisa que muitos portugueses já fizeram e fazem, sem que sejam acusados de ingratidão por o país ter investido tanto na sua formação, (veja-se o caso de médicos, por exemplo) e eles não darem retorno, preferindo tratar das suas vidas.
Também não percebo as críticas de algumas pessoas. Por um lado dizem que não devíamos receber refugiados porque vamos gastar o pouco que temos com eles em vez de ajudar portugueses em dificuldade mas depois quando eles partem, permitindo que as casas que ocupam e os subsídios que recebem sejam entregues a famílias portuguesas, criticam-nos à mesma alegando que são mal agradecidos...enfim, é só demagogia e xenofobismo.
Maria Helena Teodoro Guerra

Estas repetidas situações de abandono do país devem ser averiguadas. Quem tem responsabilidades neste país já devia ter aberto processos com a finalidade de apurar a razão pela qual nenhuma família de imigrantes permanece em território nacional. Caso venha a acontecer, o que não acredito, a aludida investigação deve apurar rigorosamente o porquê deste cantinho à beira mar plantado não conseguir suster um agregado familiar oriundo de países problemáticos. Algo de anormal se passará em termos de acolhimento? Há que apurar as razões. Não devemos deixar passar em branco estes sucessivos e anómalos episódios perante os quais ninguém se insurge. É um tema de relevante interesse nacional que não deve ser esquecido por ninguém, desde os que exercem o poder político ao mais revoltado cidadão comum. Serão maltratados? Não me parece, pois no seio de nossa tão primorosa, perfeita e distinta sociedade, acolhedora, habituada a tratar por excelência quem vem do exterior com requintada aceitação, em prejuízo incalculável e desprezível de quem nascido no país..., estranho, no mínimo. Assunto merecedor de séria reflexão.
Zeze

Segundo li, dos 957 refugiados acolhidos em Portugal, ao abrigo do acordo de 2015 feito com a União Europeia, já abandonaram o país cerca de 300, uma centena dos quais nos últimos dois meses. Os que desaparecem são principalmente sírios, alguns iraquianos e eritreus, que tinham vindo dos centros de refugiados da Grécia e de Itália.
O principal motivo parece ser a vontade das pessoas se juntarem às famílias que foram colocadas em países do Norte da Europa mas também há críticas aos meios proporcionados pelas entidades estatais para a integração destas pessoas, como a demora no ensino do português, o excesso de burocracias e o atraso na concessão dos documentos de residência necessários.
Este problema da aprendizagem da língua não abrange só os refugiados. Para qualquer emigrante que se queira integrar não é fácil arranjar ajuda para aprender português, nomeadamente fora das grandes cidades, nem sequer a pagar. As poucas escolas que ensinam português a estrangeiros não conseguem trabalhar com alunos que não falem, no mínimo inglês e quem vem destes países ou do Leste da Europa não fala inglês. Os cursos do IEFP são uma treta. Só funcionam para quem está inscrito no centro de emprego e encontrar algum fora de Lisboa é como achar agulha em palheiro.
Quanto à burocracia do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e dos meses e meses de espera para tratar de qualquer assunto já muito foi dito mas nada foi feito.
Fernando Carvalho

Esta ideia de rejuvenescimento europeu está a ser um fracasso completo. Percebo que do ponto de vista dos “profissionais da ajuda”,é um excelente negócio acolher pessoas que dão direito a “subsídios” para as suas organizações mas revela uma enorme falta de ética ao ignorar portugueses que trabalharam uma vida inteira sem nunca terem tido direito a coisa nenhuma. Recordo as palavras de Eugénio Fonseca, (presidente da Caritas) que sugeriu que as casas dos portugueses, que foram penhoradas pelos bancos, fossem colocadas à disposição dos “refugiados”. Depois os “refugiados” chegam cá e recusam casas, escolas, saúde gratuita, bem como os subsídios atribuídos pelo governo português que resultam dos impostos cobrados ao contribuinte português.
Fernando Liz

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