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Empresa de camionagem em Valhelhas rebate argumentos de moradores queixosos
SURPRESA. Sócios da firma dizem que está a haver aproveitamento político do assunto

Empresa de camionagem em Valhelhas rebate argumentos de moradores queixosos

Populares pedem a transferência de terminal de camiões para zona industrial. Sócios da firma Transportes Faria Rodrigues & Filhos alegam que cumprem todos os requisitos legais e dizem que as queixas que chegaram à Câmara de Torres Novas partem de um grupo restrito de cidadãos que está longe de representar a população da aldeia.

“Ninguém pode obrigar o terminal de camionagem a sair de Valhelhas porque não há fundamento legal para isso”. A garantia é de Pedro Paulino, advogado da empresa Transportes Faria Rodrigues & Filhos, Lda., com sede em Alcanena, que tem instalações naquela aldeia do concelho de Torres Novas. Em causa estão queixas de alguns moradores que pedem a transferência do terminal para uma zona industrial devido aos incómodos que o trânsito de pesados causa na zona.
O advogado sublinha que a empresa funciona dentro da legalidade e que não há motivos para mudar. “Os veículos estão licenciados. O posto de abastecimento de combustível está licenciado e serve de facto a actividade, com o alvará de utilização 38/12”. E acrescenta: “Uma empresa desta natureza para operar legalmente nem sequer precisa de ter estaleiro. No dia que colocarem uma interdição de estacionar no terreno propriedade da empresa, a empresa estaciona os veículos na beira da estrada porque pode”.
São cerca de 30 camiões de longo curso que todas as segundas-feiras saem de Valhelhas, no concelho de Torres Novas, em direcção à Europa para depois voltarem a entrar na aldeia à sexta. Alguns moradores não gostam da movimentação e querem que o terminal de camionagem, existente naquele lugar há muitos anos, seja transferido. Para isso, lançaram uma petição e formaram uma comissão dizendo representar a população. Recolheram cerca de 40 assinaturas mas, de acordo com os empresários, “apenas 12 são moradores em Valhelhas, as restantes pessoas nem sequer vivem na aldeia”.
No dia 14 de Março, um grupo de moradores de Valhelhas esteve na reunião pública da Câmara de Torres Novas para dar conta das suas queixas que vão da poluição sonora até às fissuras no edifício da igreja.

Mudança será feita a seu tempo
A empresa adquiriu em 2014 um espaço na zona industrial, que neste momento está a adaptar para oficina, mas não tem espaço para estacionamento. A mudança “certamente que irá acontecer, na altura em que considerarmos ter condições para o fazer”, afirma Pedro Paulino. Admite que a empresa tem de “arranjar um sítio na proximidade que permita parquear” e adianta já existirem conversações com a câmara nesse sentido.
No entanto, a empresa contraria os argumentos dos moradores. E nega ter responsabilidade nas fissuras da igreja e que os camiões perturbem o sossego da maioria dos habitantes de Valhelhas. “A maior parte das pessoas que cá moram, moraram cá sempre e até têm vindo à empresa perguntar se precisamos de ajuda nesta questão”.
Queixando-se de “algum aproveitamento político” por parte da oposição na Câmara de Torres Novas, os empresários sublinham existir “por parte do poder local todo o interesse em que o assunto seja resolvido”, até porque a empresa tem crescido, criou “50 postos de trabalho directos e deixa alguma riqueza” no concelho.
Victor Faria lembra que até já tiveram uma proposta do concelho da Chamusca para mudar as instalações da empresa para lá. “O terreno era oferecido. Não o fizemos por carolice, porque somos da terra e gostávamos de cá ficar”. E conclui: “Defenderemos os nossos direitos e iremos até às últimas consequências ainda, que penais”.

Empresa de camionagem em Valhelhas rebate argumentos de moradores queixosos

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