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Companhias profissionais de teatro de Vila Franca de Xira cancelam programação

Companhias profissionais de teatro de Vila Franca de Xira cancelam programação

Em causa menos verbas que as previstas para a actividade regular das companhias. Cegada e Inestética apresentaram um programa vasto para este ano mas os novos moldes de financiamento municipal ditaram o cancelamento das actividades.

As duas companhias profissionais de teatro do concelho de Vila Franca de Xira, o Cegada de Alverca e a Inestética, do Sobralinho, anunciaram na semana passada nas redes sociais o cancelamento forçado de parte da programação cultural que estava previsto para 2017.
Em causa está a redução das verbas previstas para apoio à actividade regular que as duas companhias esperavam receber ao abrigo do Programa de Apoio ao Movimento Associativo (PAMA) criado pelo município de Vila Franca de Xira, que este ano teve novas regras visando mais equidade na distribuição das verbas entre todos os grupos de teatro. Dos 60 mil euros que a câmara atribuiu aos oito grupos de teatro do concelho, o Cegada recebeu 8.400 euros e a Inestética 10.975 euros deste programa.
“Como consequência do corte no apoio lamentamos anunciar o cancelamento da programação cultural do Palácio do Sobralinho, prevista para os restantes meses de 2017, que incluía uma mostra de curtas de teatro, dança, ópera, duas sessões da tertúlia gastronómica Cozinha com Histórias, teatro infantil, yoga, um workshop de performance, filosofia para crianças, residências artísticas e um concerto de jazz”, informa a Inestética.
A associação diz que com o montante financeiro actual é “absolutamente insustentável” manter a programação. “Em três anos e meio realizámos 93 eventos com recursos financeiros extremamente limitados, o que implicou um grande esforço e empenho de toda a equipa, convictos de que poderíamos afirmar o Palácio do Sobralinho como um espaço cultural de referência no concelho e na área metropolitana de Lisboa”, notam. A associação repudia o que diz ser uma política cultural municipal que “não reconhece nem valoriza” o que diz ser um projecto de relevância para o concelho.
Também o Cegada de Alverca lamentou o “desconsiderar de criadores e programadores profissionais do concelho” por parte da câmara municipal, “desresponsabilizando-se” do seu apoio e “utilizando novamente o PAMA como arma de arremesso” contra as companhias. O Cegada diz que vai desenvolver “todas as acções institucionais ao seu alcance” para alterar o curso da situação mas que o actual cenário obrigará a suspender vencimentos, despesas correntes da estrutura artística e “ao término forçado da programação anual do teatro estúdio Ildefonso Valério”.

Município fala em “igualdade de oportunidades”
O município justificou as novas regras do PAMA e da atribuição dos apoios como sendo uma questão de “equidade” e de “igualdade de oportunidades” para com os restantes grupos do concelho, não tendo diferenciado o teatro amador do profissional.
“A atribuição de verbas passou a fazer-se consoante a actividade do grupo, a quantidade e a qualidade dos espectáculos relacionados e não por ser amador ou profissional. Não podemos, por exemplo, esquecer o festival de teatro que o Grémio Povoense realizou”, notou Fernando Paulo Ferreira, vice-presidente do município, aquando da votação da proposta que ditou o corte nos financiamentos.

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