Sociedade Recreativa da Granja chega aos 88 anos e quer manter a casa cheia
A colectividade festeja aniversário no domingo com vontade de fazer mais pela população da freguesia, apostando na boa relação com outras associações para “ter sempre as portas abertas e a casa cheia”.
A Sociedade Recreativa da Granja, a colectividade mais antiga da freguesia de Vialonga, festeja domingo, 14 de Maio, 88 anos de vida com vontade de fazer mais pela população e ter “sempre as portas abertas e a casa cheia”. A colectividade reparte-se pela parte recreativa, pelo grupo de caça e pesca e pela união columbófila, mas funciona como um todo. Para o presidente João Nisa é uma forma de evitar “que haja três grupos a precisarem de sedes e de fazer tudo em separado”. É este espírito de união que também mantêm com o restante movimento associativo da freguesia: “Aqui em Vialonga, quando não há dinheiro e apoios suficientes, trabalhamos em parceria uns com os outros”.
A direcção da sociedade tem neste momento 11 pessoas, sete das quais com 20 e 21 anos. “É uma direcção aplicada, que gosta de trabalhar para os outros, que não fica na retaguarda a ver trabalhar”, elogia o presidente. Além deles ainda há um grupo de mais 30 mulheres que, “quando é preciso, estão sempre disponíveis para ajudar”, reconhece João Nisa.
“É sempre difícil atrair pessoas para a direcção e principalmente os jovens. Nas reuniões, os que estão cá agora dizem que as pessoas de fora não têm noção do trabalho que isto dá. Não é só organizar eventos: é preciso conseguir licenças, contratar pessoas, arranjar os brindes e tratar disso tudo leva muito tempo”.
A colectividade não olha só para dentro e pensa também noutras entidades que actuam nesse território. As iniciativas que promovem são uma forma de ajudar outras associações. Além da Caminhada da Mãe Solidária, que organizaram este domingo, ainda têm planeadas ao longo do mês mais actividades, algumas para ajudar os Bombeiros Voluntários de Vialonga e os Companheiros da Noite, uma associação de Vila Franca de Xira que dá apoio aos sem-abrigo.
“Temos a sorte de todos os eventos que fazemos darem para nós e ainda para ajudar os outros”, reconhece João Nisa. A Sociedade também organiza duas a três revistas à portuguesa por ano para os idosos da freguesia que não se podem deslocar a Lisboa para assistir às revistas nos teatros onde são exibidas.
Todos os dias ao serviço da comunidade
A sede da sociedade abre todos os dias a partir das 7h00 e fecha às 23h00. A renda do bar subalugado é mais uma forma de ajudar a manter as contas, a par com as quotas dos cerca de 300 sócios pagantes. A partir do final da tarde começam as aulas da escola de música e das turmas de zumba e de krav maga. A aposta nas novas modalidades é uma maneira de “aproveitar o que está a dar”, explicou João Nisa.
“Fomos muito longe com as danças de salão e entretanto elas foram desaparecendo e surgiu o zumba, que agora está na moda, e aproveitamos. Estamos sempre a tentar ocupar os jovens e aproveitamos o facto de gostarem do krav maga e da zumba. Os pais também tentam que eles não andem aí pelos cafés e pela rua e venham para cá, por isso vamos ao encontro daquilo que eles precisam”, diz o dirigente.
A equipa de atletismo é outra das grandes forças da sociedade. Já são 30 atletas, divididos pelos de estrada e de trail, e estes últimos já competem lá fora. Foram à Meia Maratona de Madrid e a Milão e a Sociedade ganhou o Prémio das Lezírias para representar Portugal em França no próximo ano. Mas se houvesse mais apoios melhores resultados poderiam vir.
“A junta apoia-nos como pode e a câmara sei que também não pode dar muito mais, mas se calhar, por estarmos aqui na ponta do concelho, temos de mostrar muito mais para termos visibilidade como têm as colectividades mais próximas do centro do concelho”, explica João Nisa. “Por exemplo, para pedirmos um autocarro à câmara para irmos a alguma prova, em vez de pedirmos de um mês para o outro, tínhamos de pedir já para o ano, porque até lá estão todos contratados. Por isso o que tentamos é arranjar parcerias com outras associações. Eles sabem que podem contar connosco e nós com eles”.