Euterpe Alhandrense apresenta estratégia ambiciosa para o futuro
A colectividade já é a maior em termos de estrutura, de alcance e de número de colaboradores em Alhandra mas quer ir mais longe. Para os próximos anos quer alargar a oferta de actividades, criar novos espaços para as desenvolver e chegar a mais públicos. Isto, se encontrar os apoios certos.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), tinha deixado um desafio ao presidente da Sociedade Euterpe Alhandrense, Jorge Zacarias: se queria mais investimento do município teria de apresentar uma estratégia bem definida. E foi o que ele fez na tarde de 2 de Maio: na biblioteca da colectividade, perante um público que contou com todas as cadeiras ocupadas e muitas pessoas a assistirem de pé, resumiu a história da Euterpe e projectou um futuro ambicioso.
A estratégia da Euterpe assenta no alargamento das actividades da área cultural, em especial a música, dança e teatro; a dinamização da área desportiva, reforçando as vertentes da saúde e bem-estar a par com a competição de alto nível; promover uma maior interacção com a massa associativa e com as famílias praticantes e alunos das diversas modalidades, encarregados de educação, técnicos e outros colaboradores da Euterpe, através de actividades de lazer, de convívio e de diversão; e ainda a aposta nas actividades de apoio à família, que são hoje uma das principais áreas de trabalho da associação.
“Temos feito alguns contactos com investidores atentos e estamos abertos à possibilidade de investimento. Já lhes apresentámos algumas das ideias e há a disponibilidade de algumas entidades para serem nossas parceiras nestes projectos”, adiantou Jorge Zacarias.
Para conseguir concretizar as linhas de acção definidas a instituição já definiu quatro principais meios. O primeiro é o alargamento do protocolo para a gestão do complexo ao ar livre da empresa Cimpor. Pretende-se construir, mantendo a estrutura da pista de atletismo já existente, uma outra pista de corta-mato ao longo de todo o perímetro da primeira, com diversas altitudes e dificuldades, mas mantendo o acesso livre à pista inicial, ao polidesportivo ao lado e à piscina. Seriam ainda criados um campo de ténis e outros três de padel, “que é agora a grande moda”, explicou Jorge Zacarias, bem como melhoradas zonas de restauração, unidades sanitárias e de lazer.
O segundo objectivo foi o grande desafio lançado à Câmara de Vila Franca de Xira durante a sessão de apresentação: a criação do Parque Aventura “Subserra”, onde se poderiam desenvolver desportos radicais ao ar livre, semelhante ao parque que já existe em Bucelas onde se pode praticar paint-ball. Este projecto aproveitaria a Quinta da Subserra, em especial a parte do pinhal, para a instalação do espaço das actividades radicais, enquanto a quinta em si mesma ficaria designada para espaço de apoio e dinamização das outras actividades.
A Euterpre pretende ainda criar uma incubadora de empresas do ramo artístico e da área da restauração e acolhimento nas antigas vivendas da Cimpor e no espaço da antiga sede do Grupo Desportivo.
Quase cinco mil sócios e mais de 50 actividades
A Euterpe Alhandrense conta neste momento com perto de cinco mil sócios activos, envolve mais de 50 actividades praticadas semanalmente por cerca de 1.500 pessoas, e conta com 140 colaboradores, sendo a maior empregadora de Alhandra. É também a colectividade com o maior número de parcerias entre agrupamentos de escolas públicas e privadas, câmaras municipais (a de Vila Franca de Xira e a de Arruda dos Vinhos), empresas e outras colectividades.
Esta abrangência e notoriedade, e a clareza com que a nova estratégia foi apresentada na sessão pública, levaram Alberto Mesquita a afirmar com entusiasmo que é um plano que a Câmara de VFX tem a obrigação de apoiar: “Isto é um trabalho de mandatos, não só desta direcção, mas do próprio poder autárquico, portanto aquilo que é importante é estabelecer e fixar um objectivo e seja quem for que esteja na câmara municipal tem a obrigação de olhar para este plano e encontrar soluções para o concretizar”.
Turismo náutico, lar residencial e recuperação do Teatro Salvador Marques
A Euterpe quer também apostar no turismo náutico no rio Tejo, promovendo passeios e outras actividades, bem como a criação de um novo embarcadouro. Além destes projectos, a Euterpe quer aumentar o número de actividades e projectar o alcance das mesmas para fora dos limites do concelho. A pensar também nos mais velhos, quer criar um lar residencial sénior, “um caminho normal para a Euterpe” no seguimento da redução da natalidade e do aumento da esperança média de vida no concelho.
No entanto, não deixará de haver a preocupação com os mais novos, pelo que nos planos aparece também a criação de um colégio/conservatório que integre o ensino regular a par com o artístico e desportivo. Na senda dos projectos incluem-se ainda a criação de um novo auditório ou sede social e a recuperação do Teatro Salvador Marques para permitir ao grupo de teatro da Euterpe a apresentação de peças regulares ao longo de todo o ano.