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Proeminente Manuel Serra d’Aire

Ando preocupado com esta coisa da nova legislação que reconhece os animais como “seres vivos dotados de sensibilidade e objecto de protecção jurídica”. E são várias as razões. Para já, é uma lei discriminatória, logo anti-constitucional, pois não trata todos os animais por igual, ou melhor, trata uns como mais iguais que outros. E os chamados animais de companhia são tratados como caso à parte e até são parte envolvida quando haja separações ou divórcios. Presumo que se trata de cães, gatos, passarada diversa, piolhos, lêndeas e afins, espécies mais chegadas ao humano, nada referindo acerca de outras espécies. Se for um porco, por exemplo, como é que se faz? Corta-se o bicho ao meio e cada um fica com uma parte? Um fica com as febras e a entremeada e outro com as orelhas, os chispes e o rabo?
A nova lei prevê também penalizações severas para quem agrida ou mate animais. Neste capítulo impõe-se perguntar se as moscas, as formigas e as baratas também contam. E se contam, que vai ser da indústria dos insecticidas? Se não contam, há que perguntar por que carga de água esses animaizinhos que nos são tão próximos são excluídos de uma lei que foi aprovada por unanimidade na Assembleia da República. Sim, porque ou há moralidade ou comem todos!
E por falar em comer, quem vai proteger os porcos neste período de campanha eleitoral para as autárquicas que se avizinha e onde o reco no espeto (e não só) é prato do dia. Ou será que vamos ter almoços populares à base de tofu, de seitan e de saladas, para gáudio dos adeptos do PAN e da comida desenxabida?
Já que estou com a mão na massa, e porque este fundamentalismo animalesco, tal como muitos outros, me irrita solenemente, gostaria de saber por que razão só há direitos e não deveres por parte dos animais e seus orgulhosos donos. Por que razão as nossas autoridades, sempre tão solícitas a fazer operações Stop e a dar conta dos espectaculares resultados obtidos semanalmente na caça à multa, não dão uns giros pelas nossas avenidas, praças e jardins e fiscalizam quem por ali anda a passear o cãozinho sem trela nem açaime (refiro-me obviamente aos canídeos) que garantam a segurança de quem por ali anda e também a limpeza do espaço público?
Proletário Manel, o Papa está aí a chegar e eu não poderia deixar passar em claro tal acontecimento. Neste manancial noticioso à volta de Fátima registei as declarações de um cardeal que se referiu ao fenómeno não como as aparições de Nossa Senhora mas sim como visões. Pode parecer um detalhe mas faz a sua diferença. Tal como faz a sua diferença o Governo anunciar no início do ano um pacote de obras por ajuste directo de cerca de 5 milhões de euros em Fátima, a realizar pela Câmara de Ourém, no âmbito da visita do Papa, e poucas dessas obras estarem concluídas neste 13 de Maio.
Obviamente, o facto de estarmos em ano de eleições autárquicas e de o Governo e a Câmara de Ourém serem da mesma cor política é mera coincidência. E o mais provável é que, não estando prontas em Maio, a maioria das obras já esteja em curso ou concluída lá para finais do Verão, a tempo do dia 1 de Outubro, dia de peregrinação eleitoral para as autárquicas. Vai uma aposta?
Saudações operárias do
Serafim das Neves

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