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Aumento da natalidade já se reflecte na Associação Popular de Apoio à Criança

Aumento da natalidade já se reflecte na Associação Popular de Apoio à Criança

A instituição da Póvoa de Santa Iria passou por um período atribulado nos últimos anos mas começa a recuperar com o aumento das inscrições de crianças porque a subida da taxa de natalidade no país reflecte-se nitidamente a sul do concelho de Vila Franca de Xira.

No início do ano as estatísticas davam conta de uma subida na taxa de natalidade em Portugal e esta é uma realidade que José Manuel Casaleiro, presidente da Associação Popular de Apoio à Criança (APAC), sediada na Póvoa de Santa Iria, reconhece: há mais pedidos de inscrição de bebés e crianças na sua instituição e a lista de espera não pára de crescer.
“Aqui em Vila Franca de Xira tem havido um crescimento na natalidade, sem dúvida. Temos falado entre nós (membros das várias associações e agrupamentos de escolas) e nota-se que há mais procura, pelo menos aqui a sul do concelho. Aqui na Póvoa nota-se claramente. A nossa creche está sempre completamente cheia”.
Esta subida na procura reflecte-se no rendimento da associação. No Relatório de Contas de 2016, aprovado por unanimidade em assembleia geral no final do mês de Março, a APAC teve uma melhoria no resultado, ainda que continue no campo negativo: em 2015 tinha terminado com um saldo de mais de 90,5 mil euros negativos, valor que diminuiu para cerca de 36,1 mil euros negativos em 2016.
A APAC é uma das instituições abrangidas pelos protocolos com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e no dia 25 de Abril assinou um plano que se traduzirá num apoio à actividade de 3.835 euros.
Esta é uma boa forma de valorizar o trabalho da associação, que entre 2015 e 2016, perdeu cerca de cem crianças. A diminuição nas inscrições aconteceu não só por os alunos terminarem o período de frequência da instituição – onde podem estar desde o nascimento até aos 15 anos – como pela preferência das famílias por ATLs ou outros espaços que oferecem preços mais baixos. “Há pais que, quer porque não podem pagar, quer por não ligarem à qualidade, preferem pôr os meninos noutros lados e isso também nos prejudicou”, explicou José Manuel Casaleiro.
Nos piores anos que as várias Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) como a APAC atravessaram, 2014 e 2015, a associação teve de dispensar dez funcionários. “Falámos com eles e chegámos a acordo que, não havendo trabalho para eles, lhes pagávamos as indemnizações e eles se iam embora”, esclarece o presidente. A retirada de apoios financeiros do Estado, a criação de actividades extracurriculares nas escolas e o aumento da disponibilidade dos avós para estarem com os netos também contribuíram para a perda de inscrições de crianças e de lucro para a associação que movimenta anualmente perto de cinco milhões de euros.

Quase 600 crianças e 120 funcionários
Mas a situação está a começar a mudar. A APAC conta neste momento com perto de 600 crianças e 120 funcionários no total das suas três valências: creche, pré-escolar e ATL. As novas instalações na Quinta da Piedade, fundadas há sete anos ao abrigo do programa PARES 3, contam já com 28 crianças. O pré-escolar, que tem dez salas, conta com 243, e o ATL conta com 165 crianças. Dessas turmas fazem parte crianças de vários estratos socioeconómicos e algumas nem podem pagar mensalidade e são apoiadas pela associação. As mensalidades variam entre um mínimo habitual de 35 euros e um máximo de 276 euros, consoante o rendimento das famílias.
“E vemos aqui aquilo a que eu chamo continuidade geracional, que me dá um grande gozo. Ver que os miúdos que cá andavam antes, que ainda se lembram de mim, ficaram sempre com boa impressão da APAC e agora quiseram pôr cá os seus filhos”, explica José Manuel Casaleiro. “A APAC tem uma certa mística, eles nunca deixam de se sentir ligados a ela e querem que os filhos também sintam”.

Apoio alimentar e de transporte para outras instituições

A APAC confecciona perto de 1600 refeições por dia que são distribuídas pelas valências da associação e de parceiros, como as escolas do 1º ciclo e ensino básico do Agrupamento de escolas D. Martinho Vaz de Castelo Branco. Dispõe ainda da modalidade de comida take-away, exclusiva para sócios, e também fornece refeições para funcionários da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. “A restauração é sem dúvida uma marca forte da APAC”, reconhece o presidente.
Além deste serviço, a associação também fornece o transporte para filhos de utentes dessas escolas e instituições da zona, através das sete carrinhas que tem à sua disposição. “São mais duas formas de ajudar a equilibrar as contas”, diz José Manuel Casaleiro.

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